JOÃO RAMOS |
Num estudo recente sobre os níveis de felicidade dos Europeus apurou-se que a felicidade está fortemente correlacionada com o rendimento, a qualidade dos serviços públicos, a limpeza das cidades e inclusivamente a idade. Por isso, não será de estranhar que apenas Portugal e a Grécia tenham apresentado níveis de felicidade inferiores, aos que foram registados em 2007. Ao contrário do que acontece na generalidade dos países europeus, o aumento da idade torna os portugueses mais infelizes. Estes dados evidenciam, a degradação das condições de vida sobretudo das populações mais idosas, reflectindo-se em cuidados de saúde precários, distantes, fracas acessibilidades e equipamentos de apoio, como elevadores ou rampas, que assegurem uma velhice confortável. Além disso, a redução do rendimento é uma condicionante muito importante, uma vez que após a saída do mercado de trabalho, este decaí de forma mais acentuada do que no centro e norte da Europa, a que acresce a subida natural dos encargos com tratamentos de saúde e medicação, obrigando a cortes acentuados, noutras rubricas como a alimentação, roupa ou actividade de lazer, o que contribuiu para a infelicidade desta faixa da população. Consequência de uma taxa de substituição bruta das pensões de apenas 57% do salário no activo e de um volume de despesa social per capita de 4 mil euros, o que corresponde a metade do valor gasto pela Alemanha/Itália (8 mil euros) sendo inferior ao montante despendido pelo Reino Unido e Grécia (6,5 mil euros) e ficando a “anos luz” da Suécia (10 mil euros). Dado o envelhecimento da população portuguesa, esta tendência deverá agravar-se e por isso, justifica-se a criação de um plano de médio e longo prazo incidindo sobre os problemas das faixas da população mais idosa.
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