JOÃO MONTEIRO LIMA |
A minha estreia neste espaço deveria ser algo mais elaborado no entanto, e como pretendo escrever sobre a actualidade, gastarei algumas linhas para escrever sobre o futebol.
Passando por cima de ser adepto de um clube que, na época agora termina, poucas alegrias deu aos simpatizantes, o que escreverei é transversal aos adeptos dos clubes. Não se leia por isso qualquer
ataque a qualquer clube ou quaisquer adeptos.
A importância que a sociedade dá ao futebol é exagerada. Naturalmente que os que vivem à custa do futebol terão que atribuir uma importância maior, mas a grande maioria de nós, não vive só de futebol, ou se vive (no sentido de o colocar num pedestal) não deveria.
Custa-me ver que se gastam milhões em jogadores, em estádios, em contratos publicitários e ao mesmo tempo que o país tenha ainda tantos atrasos. Custa-me ver o preços dos bilhetes para ver um jogo, que deveria ser bonito, bom, uma festa e que depois se perde toda essa magia porque a bola não entrou, a equipa não jogou ou os adeptos não se respeitaram.
E custa-me talvez ainda mais assistir a tanto exagero nas celebrações das vitórias dos clubes, os excessos com os carros e as buzinas, o insulto ao adversário, as frases feitas do “meu este” ou “meu grande amor” ou “dava a vida por ti”. Poderá ser defeito meu, mas as vitórias do clube que simpatizo vivo-as e sinto-as, mas de forma mais recatada, diria mais realista. E quando escrevo realista é porque sei claramente o local que o futebol ocupa na minha vida e sei que tantas outras coisas mais importantes. E antes do futebol há outras coisas. E meu, ou meus, são os meus filhos, a minha família, a minha vida profissional, os amigos, os convívios. E o futebol aparece depois, depois da politica, da música, dos livros, jornais, das redes sociais.
Escrever neste dia sobre futebol não podia passar sem felicitar os benfiquistas pelo título e esperar que o FC Porto, o meu clube de simpatia, tenha aprendido com tanto disparate que fez.
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