terça-feira, 17 de maio de 2016

UMA CASA, DOIS GATOS E AFINS

ELISABETE SALRETA 
É admirável este pequeno mundo.

A linha que divide o odio do amor é tão ténue que nem se nota. E o que é um acesso de raiva e frustração pode se transformar num gesto de amor e proteção.

A relação destes meninos é feita destes pequenos nadas porque são seres sem barreiras e que mostram o que sentem sem medos. A Blue sabe que tem um estatuto por ser a mais velha e o óscar sabe que é muito amado, mas que quem manda é ela. A cada interação existe uma chamada de atenção e a tentativa de ter o máximo de espaço possível.

É o que acontece com o colo da tutora e o lugar na manta em que ele aprendeu a tomar e que a consequência se fica por umas chapadas da Blue.

Outra vezes, quando ele tenta beber a água da torneira quando ela já está a beber, mesmo assim ela retira-se e dá-lhe umas lambidelas.

Ou quando o rapaz faz asneiras e a tutora grita e ela aparece para se meter á frente.

Ou quando ele grita porque ficou fechado em algum sítio e ela vai logo ver o que se passa.

Quando comem os dois ao mesmo tempo do mesmo prato ou quando ela pede guloseimas que são divididas pelos dois e ela vai-se embora para que o Óscar possa comer também a parte dela.

Quando ela ralha por ele estar deitado, encostadinho à tutora e deita-se em cima dele, mas ele levanta-se e dá-lhe espaço.

Quando verificamos que cada um sabe qual é o seu espaço…. Às vezes.

Quando ele, desastrado deixa que o brinquedo escape para um sítio inacessível, e ela arranja maneira e o retirar para que a brincadeira retome.

Quando ela se esconde para o surpreender na esquina de uma parede.

Quando ela se esconde debaixo de um lençol a brincar quando as tutoras fazem a cama e ele fica a olhar porque não sabe aquela brincadeira. Mas ele olha-a e ri-se. Curte à sua maneira.

Existe muito ciúme, sim. Mas não sabem viver um sem o outro.

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