terça-feira, 30 de janeiro de 2018

VISTOS GOLD E O CRESCIMENTO ECONÓMICO

RUI CANOSSA
Se calhar já todos ouvimos falar dos famosos vistos Gold. Mas, estaremos preparados para essa estratégia? “Os super-ricos já não estão apenas a gastar o seu dinheiro em aviões a jato privados, iates ou hotéis, também estão a esbanjar em segundos passaportes”, revela o “Business Insider”. De acordo com o relatório “Second Citizenship Survey 2017”, produzido pela CS Global Partners, “cerca de 89% dos inquiridos gostaria de ter um segundo passaporte. E 34% disseram que estão a ponderar investir numa segunda nacionalidade”.

Outra conclusão do relatório é que “cerca de 80% estariam dispostos a investir ou doar 5% do respetivo salário anual para manter uma segunda nacionalidade, mais do que gastam na renda mensal da habitação”. Não por acaso, há pelo menos 24 países que conferem a sua nacionalidade “a pessoas que invistam em negócios, imobiliário ou títulos do Governo”.

A publicação “Business Insider” compilou uma lista de 17 países onde é possível adquirir segundo passaporte ou “residência de elite”, entre os quais Portugal, na 8ª posição da tabela (ordenada de acordo com o preço da transação). Nas sete primeiras posições (ou seja, onde os vistos de residência ou de cidadania são mais caros) destacam-se Nova Zelândia, Chipre, Austrália, Canadá, Bulgária, Espanha e EUA.

No que respeita a Portugal, os “vistos gold” têm um preço mínimo de 350 mil dólares. “O programa de ‘vistos gold’ em Portugal oferece a investidores não europeus um caminho veloz para uma permissão de residência válida”, destaca a publicação. Esse primeiro “visto gold” é válido por um ano e pode ser renovado duas vezes, em intervalos de dois anos. “Após seis anos de residência permanente, os requerentes e as suas famílias podem obter um segundo passaporte em Portugal, candidatando-se à cidadania portuguesa.

Para André Jordan, mais conhecido por ser o “pai” da Quinta do Lago da requalificação de Vilamoura: “Temos atualmente um grande desafio para Portugal, que é internacionalizar o país através do imobiliário. Nesta fase de grande procura, desenvolver imobiliário dirigido aos mercados externos é vital para a economia portuguesa e a maior fonte de receitas que o país pode ter”.

Os impostos sobre o património renderam 2.440 milhões de euros em 2017. É o valor mais alto desde, pelo menos, 2005. Imposto de transações foi o que mais cresceu, à boleia do boom no imobiliário que se prevê vir a crescer 10% este ano o que me leva a questionar, agora que atravessamos o melhor momento de sempre no setor, se nos aproximamos de uma nova “bolha imobiliária?

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