VERA PINTO |
Já tinha decidido não escrever sobre este assunto, por se tratar de um tema demasiado falado. Sempre pensei que uma crónica sobre medicamentos genéricos seria muito aborrecida para a maioria das pessoas. Contudo, as questões que continuam a ser colocadas ao balcão da farmácia sobre essa matéria levaram-me a mudar de opinião. Muitas são as pessoas que ainda não sabem o que é um medicamento genérico, que desconhecem a diferença com o medicamento original, que por medo se retraem de fazer questões. Foi a pensar nestas situações que resolvi fazer a minha abordagem.
Para formularmos a nossa opinião sobre algo precisamos de procurar informação proveniente de fontes seguras. Dificilmente encontramos unanimidade sobre os mais diversos assuntos e, quando se tratam de assuntos polémicos a fasquia eleva-se bastante. Desta forma, a única maneira de tomar uma decisão é ter conhecimento dos dados objetivos. Numa pesquisa pelo site do INFARMED rapidamente encontramos a definição de medicamento genérico. “Um medicamento genérico é um medicamento com a mesma substância activa, forma farmacêutica e dosagem e com a mesma indicação terapêutica que o medicamento original, de marca, que serviu de referência”. Eles estão ainda, sujeitos às mesmas disposições legais dos outros medicamentos, estando dispensada a apresentação de ensaios pré-clínicos e clínicos desde que demonstrada a bioequivalência com base em estudos de biodisponibilidade (fração de uma dose ingerida de uma substância que tem acesso à circulação sistémica) na forma quimicamente inalterada) ou quando estes não forem adequados, equivalência terapêutica por meio de estudos de farmacologia clínica apropriados (estes testes seguem estritamente o disposto nas normas comunitárias) ou outros a solicitar pelo INFARMED. Os medicamentos genéricos possuem substâncias activas que se encontram no mercado há vários anos e, por essa razão, apresentam maior garantia de efectividade e permitem um melhor conhecimento do respectivo perfil de segurança. Segurança e eficácia essas que são iguais ao medicamento de referência e, que são traduzidas pela demonstração de bioequivalência, através de estudos de biodisponibilidade. Por se tratarem de verdadeiras cópias são 20 ou 35% mais baratos do que o medicamento de referência, com a mesma forma farmacêutica e igual dosagem caso não exista grupo homogéneo, o que se torna uma vantagem económica, para os utentes porque estes medicamentos são substancialmente mais baratos do que o medicamento de referência, e para o SNS porque permite uma melhor gestão dos recursos disponíveis. Em suma, os medicamentos genéricos têm a mesma qualidade, eficácia e segurança a um preço inferior ao do medicamento original. A desvantagem reside no facto de as empresas de genéricos não investigarem novos fármacos, pelo que a inovação farmacêutica fica em cheque.
Marca ou genérico? Você decide.
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