LÚCIA LOURENÇO GONÇALVES |
Pois é, mais um ano se passou. Com o passar dos anos, esta data foi perdendo parte da importância que já teve. Não que a questão da idade me preocupe, afinal o passar dos anos faz parte da vida. É a vida! Apenas o considero um dia como outro qualquer…
Mas se voltar no tempo, encontro imensas diferenças. Em criança, os anos não passavam, cada doze meses pareciam vinte e quatro. Em criança tinha uma necessidade urgente em crescer! Os dias de chuva eram aborrecidos, os de sol também, as conversas dos adultos “uma seca”, enfim, boa parte do meu pensamento centrava-se no tempo que não passava! Ansiava por crescer, crente que faria alguma diferença.
E apesar de todo o envolvimento que faz parte do processo de crescimento, o tempo teimava em não passar. E neste “lento” caminhar, os dezoito anos chegaram, e não senti nada de diferente, a não ser a consciência que, para o bem e para o mal, a partir dali seria a única responsável pelos meus atos, nada que, porém, me preocupasse.
E as manhãs continuaram a amanhecer à mesma hora, e as noites a terminam quando o dia chegava ao fim. E a não ser ter tomado as rédeas da minha própria vida, e decidir o que fazer dela, nada mudou! E então, já envolvida no mundo dos adultos, o tempo cronológico perdeu a importância.
E nova responsabilidade chega. O que fazer do futuro? A juventude é uma fase mágica, afinal, à nossa frente estão todas as possibilidades em aberto…. os vários caminhos à nossa frente… Mas transporta também a, por vezes difícil, escolha de opções!
A vida deixa de ser vivida em câmara lenta e transforma-se num redemoinho, no qual o tempo se escapa por entre as horas dos dias…
E de repente a pressa em fazer anos, dilui-se no tempo, perde-se no limiar dos dias que se sucedem um após o outro. Na vida que não dá sossego, porque não se compadece da necessidade de a viver de forma correta e sustentável.
Os dias parecem menores, de tão envolvidos estamos no processo de viver. Um ano começa e de seguida já estamos na Páscoa, férias e Natal. Assim, num ápice! E entretanto, já há também uma família a cuidar, e todas as tarefas e responsabilidades que lhe são inerentes… E os anos agora já passam a voar!
E é nesta fase do pico da maturidade que, contradição das contradições, muitas vezes começamos a dar valor às pequenas coisas que em criança nos aborreciam e desvalorizávamos, logo agora, que nem sempre temos tempo para as apreciar tanto quanto gostaríamos.
E os aniversários sucedem-se! Mas ainda bem que sim, sinal que estamos cá e temos a oportunidade de viver mais um ano junto dos que amamos, mais uma ano de oportunidades de fazer planos… Sim, porque planos fazem-se durante toda a vida.
E ainda bem que hoje, exatamente hoje, completo mais um aniversário. Para o ano logo se vê, mas hoje não é dia de pensar nisso, apenas de o viver!
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