quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

A MAGIA DO CINEMA

RAQUEL EVANGELINA
Domingo é noite de Óscares. Mas a minha crónica não vai ser a fazer uma análise aos candidatos nem aos que deveriam estar a concorrer. Até porque, honestamente, apesar de gostar de ver a cerimónia sou mais adepta da seleção feita pelo Festival de Cannes. Não obstante esta noite que se aproxima deu-me a ideia do tema a abordar na crónica desta semana: Cinema. Goste-se ou não se goste toda a gente, pelo menos a que tem acesso a televisão, já viu um filme, ou partes de um.

A primeira vez que fui ao cinema tinha 5 anos. O meu pai folgava às terças-feiras e como eu não andava ainda na escola passava as folgas com ele. Levou-me a ver “O Rei Leão”. Quando o pai do Simba morreu desatei a chorar. Não sei se por desde miúda ser sensível à dor dos outros ou até mesmo influenciada por ele ficar sem pai e eu ter o meu ali ao lado quando presenciei a cena. Desde aí que sou uma cinéfila. Não tenho um género de filme favorito. Eu vejo tudo. Gosto mais de filmes cuja história seja interessante e não sou muito dada ao chamado “filme de pipoca”. Apesar de também os ver. Os meus pais não ligam muito a filmes. Mas quando eram novos sim. A minha mãe conta que quando estava grávida de mim ia basicamente todas as semanas ao cinema. Daí virá o meu gosto pelos filmes, apegou-me quando eu estava na barriga.

Aprendi imenso com os filmes. Graças a eles hoje sei falar inglês. Sei também desenrascar-me em francês porque faço parte da pequena percentagem de pessoas que gostam de cinema francófono. O cinema é uma boa ferramenta para aprendermos novos idiomas. Também o é para dar lições de História ou mostrar-nos histórias de pessoas extraordinárias. Graças ao filme “O Pianista” hoje sei um pouco quem foi Władysław Szpilman. Descobri recentemente que um espanhol a quem foi diagnosticado esclerose múltipla e a quem foi dito que não conseguiria andar mais de 100 metros conseguiu fazer um triatlo. E sabiam que o grande amor de Édith Piaf morreu num desastre de avião e que o “Hymne à l’amour” foi escrito para ele? Eu sei graças ao cinema.

É isto que gosto na 7ª arte. O cinema faz-nos aprender, torna-nos mais cultos. Choramos, rimos, sofremos, “apaixonamo-nos” até, mesmo sabendo que aquelas pessoas não são reais e que o que vemos não existe. Mas o que ressalvo no cinema é como ele nos faz sonhar. A Amélie Poulain que nos ensina que por muito difíceis que os tempos estejam para os sonhadores não se deve perder a esperança, o Forrest Gump e a sua inocência e bondade, a Bela e o Monstro a demonstrar que nem sempre o mais bonito é o que importa e, voltando ao Rei Leão, que sempre que tivermos um problema só temos que dizer "Hakuna Matata" e tudo fica melhor.

Portanto se por vezes a vida não estiver a correr bem vejam um filme. Não vos solucionará os problemas mas fará ver, ou pelo menos acreditar, que às vezes tudo é possível. E que tudo passa. Basta crer.

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