CRÓNICA DE TIAGO CORAIS |
Na 1ª edição de CONVERSAS COM CIDADÃOS DO MUNDO, ficou marcado pelo mote <<Portugal é um país que ainda tem muito para dar ao mundo>> e é verdade quer o País, quer os Portugueses que residem em Portugal, como os que residem pelo Mundo fora têm essa capacidade. Somos um povo humilde, curioso e gostamos de aprender com os outros, mas muitas vezes esquecemos ou não temos a noção do nosso real valor e capacidade. Por isso, também é ambição de CONVERSAS COM CIDADÃOS DO MUNDO em contribuir para que melhore a nossa auto-estima como povo.
Outro aspecto que certamente ficou despercebido na 1ª e nesta edição, todos os oradores de uma forma ou de outra, têm ligações à região do Minho. Fizemos questão que nas primeiras edições fossem assim, porque temos a noção que o MINHO tem massa crítica capaz de contribuir para que PORTUGAL TENHA VOZ NO MUNDO.
A 1ª edição de CONVERSAS COM CIDADÃOS DO MUNDO foi tão boa em termos de debate, participação e o feedback de quem tinha participado foi tão bom, que não tinhamos a expectativa que a 2ª edição conseguisse ser melhor do que a anterior. Mas aconteceu o imprevisível, em termos de debate e discussão foi tão dinâmico e participativo que no geral a 2ª edição foi muito melhor do que a 1ª edição de CONVERSAS COM CIDADÃOS DO MUNDO.
O modelo foi ligeiramente alterado, em vez de termos cinco oradores CIDADÃOS DO MUNDO, cinco oradores da SOCIEDADE CIVIL que animariam o debate e mais o moderador. Neste ano tivemos apenas três oradores CIDADÃOS DO MUNDO (eu o Ricardo Jorge Freitas e Nathalie de Oliveira), três jornalistas (director do Correio do Minho: Paulo Monteiro, que acumulou com a função de moderador, jornalista do Diário do Minho: Álvaro Magalhães e director de informação da RUM, Daniel Vieira da Silva), que conduziram o debate de forma brilhante. O facto de serem menos oradores, permitiu maior discussão e proporcionou uma maior participação do público.
Os temas deste ano eram sobre a actualidade política europeia: o Brexit, a independência da Catalunha e o fenómeno Macron vs o sistema político Francês. No debate também foram abordados outros temas como a organização do Partido Trabalhista Britânico, o Partido Socialista Francês e os novos movimentos em Espanha como o Ciudadanos e o Podemos. A plateia fez questão de fazer a ligação destes temas ao modelo político português, a nossa situação política e sociológica.
Ricardo Jorge Freitas explicou a grande complexidade do sistema partidário na Catalunha e como os Catalães vivem em harmonia uns com os outros apesar das diferentes opções, ou seja, entre independentistas e unionistas. Também abordou o tema das empresas saírem da Catalunha, no qual referiu que se é verdade que algumas saem, outras também se instalam na Catalunha. Mencionou também que as que se deslocalizam, não vão para Madrid, mas para outras regiões de Espanha. Ricardo, fez questão de afirmar que não é político, mas as suas intervenções provam que QUALQUER CIDADÃO É UM SER POLÍTICO e para o ser não precisam de estar envolvidos num Partido. Só precisam não renegar o seu estatuto de SER PENSANTE, SER COM CAPACIDADE CRÍTICA, COM OPINIÃO, QUE NÃO ABDICAM DO PODER DAS PALAVRAS E ENVOLVIDOS COM A CIDADANIA.
Nathalie de Oliveira, Franco-Portuguesa, está convencida que infelizmente Macron não preencherá a esperança da mudança que os Franceses precisam. Acrescentou mesmo, que o seu movimento na escolha dos candidatos, foi muito centralista e pouco democrático. Falou do Partido Socialista Francês, explicando que os Socialista não se mobilizaram no apoio do seu candidato Presidencial. Acredita que a discussão sobre a "La Refondation" do Partido dará frutos e que o movimento socialista francês voltará a ser a esperança e a principal escolha dos Franceses. Terminou falando com muito entusiasmo sobre a LUSOFONIA E A PORTUGALIDADE NO MUNDO.
Eu abordei o Brexit, acreditando que a saída do Reino Unido irá infelizmente ser uma realidade. Contudo a oposição ao retorno do controlo da fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, demonstra como é difícil a sua implementação. Por isso, acredito que haverá um bom acordo entre o Reino Unido e a União Europeia e que vingará o "soft Brexit", não só pela Paz entre as duas Irlandas, mas principalmente pela Paz do Continente Europeu. Reforcei também a importância dos Partidos nas nossas democracias e que estes deveriam ser um "SELO DE GARANTIA" PARA OS CIDADÃOS, que infelizmente muitas vezes não os são.
O ano ainda agora está no início, mas já estamos ansiosos que ele termine para organizarmos a 3ª edição de CONVERSAS COM CIDADÃOS DO MUNDO. Para a próxima edição queremos inovar, ultrapassar novamente todas as expectativas e prometemos trabalhar para que as próximas CONVERSAS ainda sejam melhores. Porque quando o <<HOMEM SONHA, O MUNDO PULA E AVANÇA>>.
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