LÚCIA LOURENÇO GONÇALVES |
Para este caso concreto não importa a razão de estarem lá, mas apenas a forma como passam os dias... Uns mais culpados que outros, uns que conheciam os riscos e correram-nos sem escrúpulos, outros foram levados pelo infortúnio ou pelo azar. A razão agora não importa, mais ou menos culpados, todos foram condenados ao isolamento da sociedade, supostamente para saírem regenerados e melhores cidadãos… Todos foram condenados a estarem trancafiados por detrás das grades de uma prisão.
Onde a alvorada é as oito horas da manhã e lhes é servido um parco e monótono pequeno-almoço, ao meio dia é servido o almoço e, quando muito podia estar a ser servido o lanche, é servido o jantar! Como é possível alguém jantar às dezassete e trinta da tarde? E mesmo sendo fornecido um pequeno reforço para mais tarde… A que horas é o mais tarde? Quantas horas passam até à manhã do dia seguinte?
Além de que a qualidade nas refeições é inexistente, como se aqueles homens e mulheres que, com mais ou menos culpa estão presos, deixassem de ser gente com as mesmas necessidades de uma refeição decente e de qualidade suficiente para os manter minimamente saudáveis, afinal, podem ter cometidos erros, e por eles estão a pagar, mas continuam a ser gente!
As prisões são desumanas! Sendo certo que alguma da população reclusa sente dificuldade em sentir-se gente, afinal, o que é apontado como um período (cuja duração varia consoante a gravidade do crime cometido), de recuperação para a vida em sociedade, transforma-se apenas em punição.
Claro que as regras têm que existir, e afinal, muita da população reclusa, está lá só e apenas por sua culpa, sendo inclusivamente nocivos à sociedade, e sim também não faz sentido que haja tratamentos diferentes, mas o facto é que muitos dos que entram por crimes menores, saem de lá bandidos da pior espécie. Chegando-se à conclusão que as prisões, em muitos casos, são “escolas para bandidos”!
Para concluir, e voltando à alimentação, que afinal foi o mote para esta crónica. A alimentação é pouca e deficitária em termos nutricionais, o que leva a que a saúde dos mais frágeis se ressinta devido à falta de uma alimentação equilibrada.
De resto, sim é verdade que se estão lá, é porque ao longo do seu percurso algo correu mal, mas por “esse pecado” já estão a pagar estando privadas de liberdade. Mas estas pessoas, apenas foram condenadas à privação de liberdade, não à fome, e muitas têm fome sim… de alimentos!
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