MANUEL DO NASCIMENTO |
Em 13 de junho de 1912, foi inaugurado em Paris, um busto de Camões em bronze coroado de louros e com uma pena na mão direita da autoria do escultor italiano Luigi Betti. A cerimónia foi presidida por Jean Richepin da (Academia Francesa) Académie Française e a ela assistiram numerosas personalidades, entre as quais, o Ministro de Portugal, João Chagas, o Embaixador de Espanha Perez Caballero Ministro de Espanha em Paris, Madame Caristie Martel da (Comédia Francesa) Comédie Française, Oliveira Lima, Ministro do Brasil em Bruxelas e o representante do (Conselho Municipal de Paris) Conseil Municipal de la Ville de Paris, o Senhor Gay. Ao que consta, a vizinhança não apreciou a obra, e menos um ano depois, o busto desapareceu, depois de ter sido vandalizado. O vereador Senhor d’Andigné que se ocupa deste processo, faz-se eco no Conselho Municipal das críticas que se manifestam quanto ao valor estético do monumento “Camões possuía um só olho” segundo alguns comentários, não escritos; metam o outro olho!!!.Vistas as alterações do Senhor d’Andigné, o Conselho Municipal adota uma decisão tendente a retirar o monumento de Camões. Em março de 1913, a (Sociedade dos Estudos Portugueses) Société des Études Portugaises envia ao Conselho Municipal de Paris um protesto contra o projeto de retirar da Avenida de Camões o monumento do poeta. O jornal francês ‘Le Matin’ relatava o acontecimento: anteontem era o aniversário da morte do poeta Luíz de Camões. Os admiradores, que ali iam colocar flores junto ao busto de Camões, encontraram o busto vandalizados. Depois de um acidentado percurso, o busto de Camões acabou na posse da Fundação Calouste Gulbenkian, delegação de Paris. Em 1924 foi colocado no local do monumento um conjunto escultural decorativo denominado “Les Chansons à Bilitis”. Depois de 1987, um novo monumento de Camões da autoria de Clara Menéres, encontra-se no Boulevard Delessert, no cruzamento com a avenida Camões. O monumento é realizado em pedra lioz de Pero Pinheiro. Numa simples cerimónia evocativa, apenas acompanhado por funcionários da Embaixada de Portugal em Paris, coloquei lá uma coroa floral, com as cores da nossa bandeira. Notei, com agrado, que alguém já tinha tido o cuidado de deixar um ramo de flores ao nosso poeta (1). Segundo o livro “Poesias” de José Maria da Costa e Silva, 1844, tomo III, p. 65, relata assim; Em 1818, abriu-se em Londres e em Paris, uma subscrição para erigir um monumento a Camões, porém certas pessoas que estavam no governo, embaraçou a execução do projeto porque o monumento era em Praça pública!... e este homem era chamado pelos amigos o ‘Patriarca da nossa literatura. (1) Francisco Seixas da Costa, Embaixador de Portugal em Paris.
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