sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

“ABANDONO AFETIVO DOS IDOSOS”

Todos nós nos habituamos a ouvir esta frase e a não nos questionarmos sobre a importância da reflexão sobre o abandono afetivo nos idosos, senão vejamos: Qual é o idoso que se esquece do filho que esteve meses sem o visitar? Meses sem lhe telefonar? Do filho que depois de tanta indisponibilidade afetiva o internou num lar, dizendo-lhe que era a melhor solução para a sua qualidade de vida, mas mesmo assim continua a não o visitar? Ou então, o abandono nos Hospitais, porque segundo estes filhos, o estado é que tem que dar resposta ao problema dos idosos? Onde fica o respeito pela dignidade daquele idoso, onde mora a afetividade, os afetos?

Os afetos são muitas vezes esquecidos, mas os idosos valorizam imenso o toque como o abraço, o aperto de mão, o toque no cabelo e essencialmente a disponibilidade afetiva para os ouvir, por vezes, a mesma história que nos tinham contado há uns minutos atrás, mas que já não se lembram, pois estão desmemoriados. Temos assim que lhe dedicar tempo afetivo e não os abandonar.

ISABEL PINTO DA COSTA
O abandono social e familiar dos idosos está a ser ponderado no parlamento para ser considerado crime e o abandono afetivo, também não é um crime?

O abandono afetivo tende a desenvolver agravantes na saúde mental de quem está a ser abandonado e, por vezes,esses danos para a saúde mental do idoso são irreversíveis. Logo, não abandone, para um dia não ser abandonado!

O abandono afetivo de um idoso é tão cruel como a dor do abandono de um adulto, de um jovem, de um adolescente ou criança, no entanto a sociedade “penaliza” mais, o que é efetivamente visível, e os idosos muitas vezes estão ” escondidos”.

Um dos direitos dos idosos deve ser o direito à convivência familiar, assim como o direito à vida, à saúde, à alimentação, à dignidade, logo, nós adultos, se considerarmos que o idoso é parte integrante da convivência familiar não o estamos a abandonar ao nível afetivo.

Os idosos que estão nos lares, mesmo sendo bem tratados, o simples facto de terem sido “obrigados” a ficar sem a família, ou seja afastados daqueles de quem eles mais amam já é supostamente um abandono afetivo, ou então os deixados pelas famílias em hospitais, esquecidos, são abandonos afetivos.

Quando nos deparamos com idosos temos que pensar no velho ditado “Às vezes vale mais um gesto do que mil palavras”, portanto não pense na idade da pessoa que está ao seu lado, mas sim na pessoa e não a abandone.

Termino assim esta reflexão da seguinte forma:

… Embaraço é como as pessoas que abandonam se sentem e como os idosos que são abandonados por essas pessoas sentem…, isto leva-nos a pensar, não acham?

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