CARLA SOUSA |
É carnaval ninguém leva a mal! É altura de usar e abusar de pinturas, confettis e máscaras.
Nesta altura podemos brincar e encarnar uma personagem.
No entanto, no dia a dia usam-se muitas máscaras.
Máscaras do menino bonito, bom menino, educado, do que agrada a todos, do elegante, do social, do seguro, etc.... E ainda máscara do inapropriado, do ignorante, do sem afeto, do estúpido e do egoísta, etc....
As primeiras provocam aproximação e as outras afastamento.
Usa-se e abusa-se conforme o que se pretende.
A necessidade extrema de ser gostado, aceite e valorizado faz com que se desempenhem no dia a dia papéis e personagens que não correspondem ao “quem sou eu”.
Hoje em dia há cada vez menos auto-conhecimento! Normalmente não se consegue responder à pergunta “quem sou eu”, mas responde-se facilmente à pergunta “quem gostaria de ser”, ou à pergunta “como gostaria que os outros me vissem”.
Diariamente “rendemo-nos” a questões e opiniões que discordamos ou, simplesmente, não temos a certeza... Falta-nos a capacidade de dizer que não, dizer “não sei”, dizer “vou pensar”. Falta-nos frontalidade e assertividade. E, por vezes, falta-nos amor próprio.
Depois, queixamo-nos às escondidas de tudo, estamos insatisfeitos e irritados com tudo com nada.
É necessário encontrar um equilíbrio, ganhar amor próprio e desenvolver projetos e sonhos.
É necessário deixar partir o que nos faz sofrer ou o que já secou, e o que morreu há muito tempo.
Fingir eternamente é desgastante e conduz a um sentimento de frustração e infelicidade.O medo de não ser aceite e o desejo de ser gostado para alguns é um sobressalto constante.
Aprenda a conhecer-se, a amar-se, para poder amar os outros. Fingir não dura nem satisfaz eternamente. Caso contrário, em vez de vivermos a nossa vida livres, viveremos numa prisão, sufocados e acorrentados.
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