quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

MARGOT FONTEYN

PAULO SANTOS SILVA
Faz hoje 27 anos que faleceu um dos maiores expoentes da Dança, na vertente do Ballet Clássico – Margot Fonteyn.

Tendo nascido como Margaret Evelyn Hookam, a 18 de maio de 1919, esta filha de pai inglês e mãe irlandesa (descendente de brasileiros), transformou o apelido da família da mãe (Fontes) no Fonteyn que associado à uma alteração do Margaret num mais “afrancesado” Margot, lhe deram um nome artístico que ainda hoje é conhecido.

A jovem Margot entrou para a famosa Sadler’s Wells em 1931, onde pelas sábias mãos de Ninette de Valois e de Frederik Ashton rapidamente evoluiu ao ponto de apenas 4 anos depois com apenas 16 anos se ter tornado na sua primeira bailarina. 

Estava, pois, na forja a companhia que se viria a designar de Royal Ballet e que viria a ser sediada na Royal Opera House, no mítico Convent Garden. O Royal Ballet foi a primeira companhia de Ballet do Reino Unido e é, ainda hoje, a mais importante.

A primeira digressão aos Estados Unidos (mais propriamente a Nova York) realizada em 1949, foi um sucesso para o qual muito contribuiu a parceria Ashton e Fonteyn, sendo que Margot funcionava para o coreógrafo como uma espécie de musa inspiradora. Exemplificativo dessa feliz parceria é Ondine, de 1958.

A primeira visita do Royal Ballet à Rússia, onde se encontravam expoentes do Ballet Clásico como o Bolshoi, data de 1961. É após esta visita que se forma um dos pas-de-deux mais famosos (senão mesmo O mais famoso…) da história do Ballet – Margot Fonteyn e Rudolf Nureyev. Apesar de Nureyev ser 20 anos mais novo, isso não impediu que a dupla fosse absolutamente idolatrada até 1979, ano em que Margot abandonou os palcos.

No que diz respeito à vida pessoal, Margot casou-se em 1955 com o diplomata panamiano Roberto Arias, filho de um antigo presidente do mesmo país. Roberto foi atingido a tiro por um colega de partido, em 1964, por suspeitar que este mantinha um relacionamento com a sua mulher, tendo ficado paralítico. Depois de se retirar dos palcos, dedicou-se ao marido tendo vivido até a morte dele em 1989, na sua fazenda do Panamá.

Margot Fonteyn foi a grande diva do Ballet Clássico do Século XX. É por isso que ainda em vida, ela e Nureyev foram homenageados com a mais inteira justiça, o que não deixa de ser curioso uma vez que vivemos numa sociedade que tantas e tantas vezes, apenas atribui a grandeza que as pessoas merecem quando elas desaparecem.

Margot Fonteyn, faz parte do imaginário de todos aqueles que estudaram ou simplesmente apreciam o Ballet Clássico. Afinal de contas, foi durante 37 anos a Presidente da Royal Academy of Dance, instituição respeitadíssima do mundo da Dança e que se encontra espalhada pelo mundo inteiro!...

Delicie-se, pois, com Margot Fonteyn e Rudolf Nureyev numa interpretação do bailado Romeu e Julieta!!!

Sem comentários:

Enviar um comentário