JOÃO RAMOS |
Na semana passada foram publicados os dados relativos à taxa de penetração de robot´s no sistema produtivo da maioria das economias mundiais. A referida publicação afirma que o custo da utilização deste tipo de tecnologia é inferior ao de um operário entre um 1/10 e ½ dependendo do processo produtivo e do próprio nível salarial, o que está a provocar uma enorme alteração estrutural no mercado laboral com consequências desastrosas no desemprego. No entanto, numa análise pormenorizada podemos verificar que são precisamente os países com menores níveis de desemprego que possuem as maiores taxas de utilização de robots no processo de produção e concepção, dos quais se destacam a Coreia do Sul, o Japão, Singapura, Suécia e Alemanha. Tratam-se de economias com problemas demográficos associados a baixos índices de fecundidade e que têm vindo a sofrer um redução enorme da sua população activa. Mais do que uma opção meramente financeira, a utilização crescente de robots nestas regiões visa fundamentalmente suprir as elevadas necessidades de mão-de-obra qualificada. Além disso, as economias em questão, salvo raras excepções, apresentam aumentos consideráveis da produtividade ao longo da última década, o que permite, manter sustentáveis os seus sistemas previdenciais, mesmo com o declínio demográfico.
Assim sendo, ao contrário dos “neo-ludditas” (movimento antí-tecnologia), devemos olhar a inovação dos processos produtivos e a utilização de tecnologia como um passo decisivo, que permitirá à sociedade alcançar um nível de qualidade de vida superior.
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