quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

PERTURBAÇÃO OBSESSIVO-COMPULSIVA. DESCONHECIDA PARA UNS, O PESADELO PARA OUTROS

TÂNIA CARVALHO
Sente necessidade de repetir alguns comportamentos várias vezes, sem motivo aparente? Verifica frequentemente aquilo que fez? Preocupa-se com a organização dos objetos, a localização correta e até com a sua simetria?

Estas são três das várias perguntas que se forem respondidas afirmativamente, podem ser um sinal de alerta para um diagnóstico de perturbação obsessivo-compulsiva. 

As características essenciais desta perturbação são as obsessões e as compulsões recorrentes. 

As Obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens persistentes que são experimentados como intrusivos e inapropriados e que causam forte ansiedade ou mal-estar. A qualidade intrusiva e inapropriada das obsessões tem sido referida como “egodistónica”. Isso indica o sentimento do sujeito de que o conteúdo da obsessão lhe é estranho, fora do seu controlo e que é um tipo de pensamento que esperaria não ter. Contudo, o sujeito é capaz de reconhecer que as obsessões são produto da sua mente e não lhe são impostas exteriormente (DSM). 

As Compulsões são comportamentos repetitivos ou atos mentais, cujo objetivo é evitar ou reduzir a ansiedade ou o mal-estar e não criar prazer ou gratificação. Na maior parte dos casos a pessoa sente-se compelida a executar a compulsão para reduzir o mal-estar que acompanha a obsessão ou para evitar situações ou acontecimentos temidos (DSM). 

A perturbação obsessivo-compulsiva (POC) limita profundamente a qualidade de vida de um individuo. Esta perturbação é hoje reconhecida como a 4ª perturbação psicológica mais prevalente, e tão frequente como, a asma ou diabetes.

Obsessões comuns e Compulsões comuns:

Medos de contaminação por micróbios, elementos patogénicos, sujidade, etc;

Medo de se ter magoado ou prejudicado a si próprio ou aos outros, inadvertidamente;

Imaginar que se perde o controlo sobre os seus impulsos agressivos;

Pensamentos ou impulsos intrusivos e indesejados de natureza sexual;

Dúvidas religiosas ou morais excessivas;

Pensamentos proibidos;

Necessidade de ter os objetos exatamente como “devem estar”;

Necessidade de contar, perguntar, esclarecer, confessar;

Medo de certos números, cores ou palavras.


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