sábado, 18 de fevereiro de 2017

GUARDIÕES DA DEMOCRACIA PRECISAM-SE

TIAGO CORAIS
Se há 20 anos alguém nos dissesse que uma figura pior que George W. Bush seria Presidente dos Estados Unidos, que nas Filipinas seria eleito um Presidente sanguinário, que no Reino Unido um dos países mais tolerantes, internacionalista e com a maior abertura para o Mundo, iria escolher o isolamento saindo da UE,. Que na França e na Holanda os partidos reaccionários nacionalistas poderiam ter hipóteses de chegar ao poder, ninguém com bom senso acreditaria.

Segundo artigo da revista The Economist de 2 de Fevereiro de 2017, os governos não estão a preparar os jovens para usarem bem os seus votos. Acrescenta no mesmo artigo que preocupados com o desemprego e a concorrência global, os governos e as escolas têm-se concentrado na preparação dos jovens para o trabalho, não os preparando para a Cidadania e para participarem na Democracia. 

É um facto que o aumento da abstenção está a aumentar em todas as faixas etárias, mas é nos jovens dos 18-35 anos que se acentua esta tendência com níveis de participação abaixo dos 50%. Um dos exemplos mais dramáticos foram nas eleições ao Congresso dos Estados Unidos em 2014, 80% dos jovens não votaram! 

Por isso, acho que para invertermos e atrairmos os Jovens para a Cidadania e para Democracia devemos apresentar soluções e irei aproveitar este espaço para partilhar algumas ideias na esperança que mais gente as faça.

Acho importante que nas escolas em todas as disciplinas se desenvolva o tema da Cidadania e da Democracia, de forma a entusiasmar os Jovens. Também é preciso desenvolver o espírito crítico e envolvê-los nas decisões.

Em casa, os pais devem envolver e debater com os filhos sobre as questões da Cidadania e principalmente escutá-los. Dar espaço para que tenham opinião é fundamental para que intervenham na “pólis”.

Alterar a idade de voto para os 16 anos. Servindo de exemplo o referendo na Escócia sobre a sua independência do Reino Unido, 75% dos jovens entre 16-17 anos votaram enquanto que apenas 54% da população entre 18 e os 24 anos participaram no acto. Na Aústria os jovens com 16 anos podem votar e os resultados obtidos são idênticos aos alcançados na Escócia. Outro argumento em defesa desta proposta é que aos 16 anos na generalidade os jovens ainda vivem em casa dos pais, estão enquadrados na comunidade e por isso é mais fácil que o voto se torne um hábito. Ao contrário dos 18 anos, que muitos estão fora de casa e desenraizados, levando-os a não participarem nos actos eleitorais.

Os Partidos devem ter o hábito de ir às escolas partilhando os seus ideais, escutando os anseios e preocupações dos Jovens. Devem como é lógico transmitir mensagens positivas, promovendo as suas ideias e o seu projecto político. Devem evitar a “chincana política” que desmotiva os Cidadãos.

Uma Democracia não consegue sobreviver sem Cidadãos informados e sem participação, por outro lado, sem Democracia os Cidadãos não são Livres. Viver em sociedade exige que os Cidadãos intervenham, que tenham VOZ. Por isso, GUARDIÕES DA DEMOCRACIA PRECISAM-SE!

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