JOANA M. SOARES |
O farol do dia acerta-me em cheio às 9h50 de cada manhã responsável por um novo dia. O sol raia todos os dias, e até a chuva parece sorrir. Sempre às 9h50.
Aos trambolhões pelo relógio as palavras chegam dela: precisas, objetivas, diretas. Estou só e, no entanto, acompanhada. Sempre por ela.
Ela que permite um abraço virtual e desassossegado, por vezes grita, outras amansa como lagartas ao sol.
Esta semana comemorou-se o dia mundial da rádio. Excelente companhia para gente sozinha ou gente que quer estar só.
9h50. O calendário está casado com a crónica de Fernando Alves, os Sinais na TSF.
E estes sinais parecem estar casados comigo. São um sinal para mim.
Já em 2012/2013 estes sinais acompanhavam-me de braço dado em 98 km que muitas manhãs percorri sem túnel do Marão, mas sempre a “mandar os que lá estão”. Subíamos juntos a serra num IP4 respeitoso a atravessar o reino maravilhoso de Torga.
Histórias da rádio, dos sinais, desvirginavam o meu conhecimento: terras portuguesas por aí fora, gente a quem fiquei a conhecer o nome e nunca a cara. Assim é a rádio que mostra sem tirar o véu.
Dá um arrepio na espinha o primeiro acorde da música que principia os Sinais.
A rádio que muitos pensavam que iria morrer pela televisão superstar, agita ainda hoje ventos ao ouvido. Não, a rádio é uma senhora, inteligente e com classe. Antiga como o mundo a girar. “Tudo o que passa, lá passa”. No momento, no agora, no de repente, como a vida deve ser. As 9h50 são majestosas. Com um peito enorme, a voz de Fernando Alves sai certa como o destino da minha rota. Cada dia, um novo tema, um novo saber. Assim, são os sinais de Fernando Alves.
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