DIANA PEIXOTO |
A alimentação no primeiro ano de vida é fundamental para o crescimento harmonioso do bebé. Depois disso, a introdução cuidadosa de novos alimentos e a integração nas rotinas alimentares da família contribuem para o desenvolvimento ideal da criança. É certo que em toda a vida toda a família deve seguir uma alimentação saudável, no entanto, está descrito na literatura que a alimentação no primeiro ano de vida do bebé vai predizer muito da sua saúde em idade adulta. A Organização Mundial de Saúde defende o aleitamento materno exclusivo até aos primeiros seis meses de vida, sendo que do quarto ao sexto mês se pode iniciar a introdução de novos alimentos, alternando com o leite materno. Essa alimentação complementar vai induzir no bebé a capacidade da mastigação e deglutição, assim como, a sua integração social na família. Na altura de introdução dos primeiros alimentos, deve disponibilizar-se água ao longo do dia, em pequenas quantidades. Deve, também, confiar-se no apetite do bebé, não forçando para terminar tudo obrigatoriamente. Os primeiros alimentos a introduzir deverão ser a sopa de legumes com hortícolas inicialmente mais claro, com batata ou arroz, finalizando com uma colher de azeite em cru. Deve introduzir-se um novo legume de cada vez para que o bebé se adapte ao novo sabor e a consistência pode, gradualmente, assimilar-se a um puré com o máximo de 5 legumes. A papa deve ser dada uma vez por dia e, inicialmente, ser de consistência fina, não ultrapassando as 2 a 5 colheres de sopa de farinha para a confeção, de forma a não exceder as necessidades da criança. Finalmente, a fruta, deve ser dada à sobremesa e não em substituição de uma refeição. Inicialmente deverá ser reduzida a puré (um fruto de cada vez), passando a ser disponível, gradualmente na sua forma crua, bem lavada e descascada na hora do consumo. Os frutos aconselhados para iniciar o consumo são a maçã, a pêra e a banana por serem os menos alergénicos. Relativamente às papas de fruta comerciais (boiões), estas devem ser utilizadas apenas em último recurso. Carne e peixe pode iniciar-se a partir do sexto, sétimo mês, primeiramente a comer na sopa para a criança se habituar ao paladar e, posteriormente, triturada com os legumes, no prato. Deve iniciar-se com 10g até atingir o máximo de 30g de carnes brancas e com pouca gordura (frango, coelho e peru) e peixes magros (pescada, linguado, solha, faneca). Ao oitavo, nono mês, pode introduzir-se o ovo (iniciando com ¼ da gema por semana, nunca excedendo 2-3 gemas por semana) e o iogurte (sólido natural não açucarado, até um por dia). Finalmente, dos nove aos onze meses pode introduzir-se as leguminosas, inicialmente sem casca e em pequenas porções. Concluindo, a diversificação alimentar deve ser feita de forma gradual, respeitando o apetite do bebé, sem adicionar sal nem açúcar. No entanto, pode ser necessária a exposição do mesmo alimento 15 vezes até ser aceite pelo bebé. Só ressalvar que cada caso é um caso, pelo que a ordem de introdução não tem de ser necessariamente rígida, nem igual para todos os bebés.
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