INÊS MAGALHÃES |
A parte do corpo mais importante para a criança, no primeiro ano de vida, é a boca. É através dela que a criança realiza o ato de sucção. A sucção é uma função inata, ou seja, está presente no bebé desde o nascimento e pode mesmo ser observada ainda no ventre materno, representando o padrão de comportamento mais primitivo e complexo do ser humano.
A sucção é considerada a primeira atividade muscular coordenada da criança e do sistema estomatognático, existindo sob duas formas: nutritiva e não nutritiva.
A sucção nutritiva (ou fisiológica) é fundamental para a sobrevivência do bebé, já que instintivamente lhe proporciona as suas necessidades nutricionais básicas.
A sucção não nutritiva é representada pelo hábito de sucção digital (dedo), uso da chupeta ou outro objeto, proporcionando à criança uma sensação de bem-estar, prazer, segurança e proteção.
Os dois hábitos de sucção são importantes no desenvolvimento do bebé.
Contudo, os hábitos de sucção não nutritiva devem ser abandonados até cerca dos 3 anos de idade, ou seja, durante a primeira infância. Isto porque, estes últimos estão fortemente associados à presença de más oclusões, sendo um fator importante no desenvolvimento de alterações estruturais e funcionais do sistema estomatognático. Estas alterações podem afetar simultaneamente dentes, ossos, músculos e nervos, além de produzir problemas funcionais, estéticos ou esqueléticos nos dentes e face. O surgimento destas más oclusões depende da intensidade, da frequência e da duração deste hábito. Uma vez que ate esta idade ainda é possível uma autocorreção de desarmonias no desenvolvimento das arcadas dentárias, é aqui que devemos parar o seu uso, se este já não tiver ocorrido.
Existem algumas exceções, nomeadamente o biberão, onde o hábito deve ser abandonado, idealmente, quando a criança completar 1 ano, sendo este substituído, por exemplo, pelo copo com palhinha ou colher.
Sem comentários:
Enviar um comentário