ANTÓNIO FERNANDES |
Fecharam a porta da cidade.
Rumaram estrada fora. Sem destino. Sem vontade. Em busca de uma outra cidade que mesmo não sendo resplandecente, como "pintam" a minha em qualquer meio que sirva para publicitar uma mensagem, acolha com o carinho que a minha cidade não dispensa aos demais concidadãos, salvo uma minoria instalada em uma espécie de corrente onde se agregam interesses, influências, amizades, servidão, cumplicidades e outros motivos de beneficio individual numa lógica de serviço replicado em contrapartidas de "gratidão".
Fecharam a porta da cidade que dizem de "porta aberta" porque a vida que nela fervilhava já não existe. Os seus dias são monótonos e as noites escuras.
As ruinas dão-lhe um aspeto tenebroso.
As praças vazias, um "ar" de tristeza. As ruas e avenidas sem pessoas a sorrir, mostram a evidencia de tudo aquilo que é evidente.
A cidade parou!
Parou no tempo.
Num tempo em que as praças eram "regeneradas";
as atividades económicas lutavam contra a concorrencia desregrada;
as obras publicas eram questionadas;
Havia "casos";
E tudo o mais que era motivo de concordia e de discordia acesa;
Nesse tempo, a "porta aberta" permitia-se questionar e dizer.
Neste tempo... de "porta fechada" ao pensamento livre a que só a Cultura abre horizontes, teve de "fechar a porta" por inexistencia de motivo cultural em favor de folias sem fuliões e de ruido sonoro sem acorde musical, restando aos que ajuizam a cultura como alimento da alma e do Ser, rumar a outra cidade que os acolha e deixe respirar, cultura!
Fechada esta porta, a da Cultura, ficam fechadas todas as outras portas conducentes ao desenvolvimento do conhecimento nos dominios de que a cidade necessita.
O resto é propaganda e pretensão com "laivo de esquizofrenia" de percecão de que há o que de facto não há!
Uma porta aberta num local onde não existe porta nenhuma...
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