sexta-feira, 13 de outubro de 2017

MAS QUE RAIO É O AMOR?

LUÍS PINHEIRO
Em regra o amor faz parte da nossa vida, nós podemos senti-lo por diversas pessoas e de várias formas. Mas o que é o amor em termos psicológicos? Como definimos?

A definição de amor entre os psicólogos não é clara nem unanime e foi evoluindo ao longo dos tempos. William James, um dos fundadores da psicologia moderna, definia o amor como a associação entre uma sensação agradável e a ideia do objeto que a produz, Watson por sua vez, era muito mais funcional e definia como uma resposta emocional provocada pela estimulação cutânea das zonas erógenas. Trinta anos depois, Sullivan descreve o amor como um estado em que a segurança do próprio e a satisfação do outro são tão importantes como as próprias. Muito mais recentemente Garcia define como um conjunto de conjunto de pensamentos, sentimentos, motivações, reações fisiológicas, ações (comunicação não verbal) e declarações (conduta verbal) que ocorrem nas relações interpessoais íntimas e sexuais.

Atualmente sabemos que o amor é um processo dinâmico e não uma estrutura estática, que está em constante mudança no decorrer da relação e que a sua definição dependerá sempre do estado em que se encontra a própria relação.

Existem várias teorias vigentes relativamente ao amor, eu irei explorar apenas uma, a teoria triangular de Sternberg. A teoria demonstra-nos que qualquer tipo de amor é definido por um cruzamento de três variáveis diferentes: intimidade, paixão e comprometimento.

É a variação destas três dimensões que vão resultar nos diferentes tipos de amor, por exemplo, o amor caracterizado por elevado nível de intimidade e de comprometimento mas reduzida paixão é o amor companheiro. Amor este bastante comum entre os casais mais velhos onde a paixão e o desejo são diferentes, ou no caso das grande amizades. Quando nos deparamos com níveis elevados de intimidade e de paixão mas ausência de comprometimento aparece o amor romântico, muito comum entre os adolescente e no início dos relacionamentos.

Por último, quando o relacionamento é pautado pela paixão e pelo comprometimento com a ausência da intimidade temos o amor fugaz. Este ultimo tende a durar pouco tempo devido as suas características.

Como em tudo, o autor descrever uma fórmula perfeita do amor num relacionamento que é o amor consumado que basicamente resume-se a uma combinação perfeita das três dimensões do amor.

Depois da exploração desta teoria penso que o que é importante reter é que o amor não é único e que não existe apenas uma forma de amar… O amor num relacionamento vária ao longo do tempo. O mais importante é sabermos adaptar-nos a essa mudança para conseguirmos aproveitar ao máximo a felicidade que pode advir dela.

A psicologia como qualquer outra ciência encontra-se em constante evolução, evolui com a própria evolução da sociedade. Neste âmbito o estudo do amor também deverá ter muitas cartas para dar, mas uma coisa é certa, qualquer tipo de amor que podemos nutrir por alguém só vale apena ser sentido se trouxer algo de bom para a pessoa. O amor não dói, o amor não magoa.

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