CLÁUDIA SILVA |
A depressão consiste num estado prolongado de tristeza e desinteresse pela própria vida. A sintomatologia depressiva suscita perda de interesse pela realização das atividades, isolamento social, cansaço persistente e falta de energia. A depressão vem, também, acompanhada de perda ou aumento de apetite, alterações nas horas de sono e diminuição do desejo sexual. Tudo isto começa a funcionar como uma bola de neve e faz-nos acreditar que somos inúteis, incapazes e sem valor. Poderão, nalguns casos, surgir pensamentos ligados ao suicídio.
De acordo com Lucena (2014), a depressão atinge hoje quase 7% da população mundial, o que corresponde a cerca de 400 milhões de pessoas; incapacita os atingidos pela doença e constitui um peso significativo para a família. De acordo com o mesmo autor, esta doença mental atinge principalmente mulheres. Todavia, também é diagnosticada no género masculino. A depressão apresenta contudo sintomas diferentes entre os géneros. Assim, os homens tendem a ficar mais irritados, agressivos e, podem iniciar consumos; por sua vez, as mulheres, tendem a ficar mais tristes e mais isoladas. De acordo com Hauth (2015), a depressão masculina necessita de significativa campanha contra a estigmatização.
Não existe uma causa única para a depressão; todavia, podem-se considerar a conjugação de inúmeros fatores, como acontecimentos de vida significativos, fatores biológicos, traumas de infância, bullying, divórcio, maus tratos diversos, entre outros. Estes acontecimentos podem ser vividos com uma intensidade tal que parece tornar-se difícil ultrapasse a dor que provoca. As pessoas que não conseguem ultrapassar as dificuldades do passado, não são fracas, mas sim as que mais sentiram a dor ou o medo das experiências.
É importante respeitar a dor dos outros e evitar o estigma da depressão; uma vez que este estigma constitui para os doentes uma fonte de sofrimento, com múltiplas repercussões, representa um obstáculo à concretização de projetos pessoais, um entrave no acesso aos cuidados de saúde, é capaz ainda de deteriorar a autoestima e o autoconceito da pessoa e, por vezes, faze-la duvidar da sua adaptabilidade ao seu meio ambiente.
A intervenção na sintomatologia depressiva varia de pessoa para pessoa. Cada indivíduo tem uma forma diferente, de estar na vida, e naturalmente estratégias que servem para alguns, podem não ajudam outros. As estratégias que geralmente contribuem para o afastamento desta sintomatologia, consistem em desafiar os pensamentos negativos que insistem em surgir na mente, cultivar o seu ciclo social, cuidar de si próprio, realizar atividade física, concretizar atividades que lhe gerem satisfação, manter um horário de sono regular e fazer psicoterapia.
A realização de psicoterapia permite aos pacientes com sintomatologia depressiva uma maior consciencialização de si próprio, reforçar a autoestima, combater o isolamento social e ultrapassar atitudes, comportamentos e pensamentos disfuncionais. A recuperação do paciente depende, em certa parte, do esforço ativo do mesmo, principalmente na necessidade de modificação de atitudes, comportamentos e modo de relacionamento com os outros.
O tratamento da depressão é possível, por isso caso sinta que a tristeza piora gradualmente, procura ajuda psicológica. O pensamento da depressão pode ser que tudo será ineficaz e que nada terá resultados; porém tal pensamento é disfuncional, a depressão pode ser tratada e as pessoas voltarem a sentir bem-estar, satisfação e qualidade de vida.
O passado pode ser visto como um cenário congelado, onde não podemos mudar nada, mas podemos olhar e perceber onde erramos ou erraram com a gente e assim termos um novo aprendizado.
Psicóloga Rosana Maria Gabriel
A leitura ajuda nos a compreender melhor a realidade...
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