GABRIEL VILAS BOAS |
Mais do que uma atriz, produtora ou argumentista, Angelina Jolie é uma celebridade à escala planetária. Graças à sua beleza hipnotizadora, Angelina transformou-se num ícone do jet-set mundial, cuja carreira cinematográfica é apenas uma parte dum puzzle complexo, misterioso e atraente, que milhões de pessoas seguem à distância, com curiosidade e apreensão, como se a vida da atriz norte-americana estivesse permanentemente entre o inferno e o céu.
No entanto, a senhora Pitt não é uma personagem, mas uma figura bem real, cuja beleza nos deslumbra e as atitudes nos inquietam.
Apesar do óscar de melhor atriz secundária em 2000 pelo seu desempenho em “Sexto Sentido” e três Globos de Ouro entre 1997 e 1999, Angelina não é um monstro sagrado do mundo da representação, embora a sua carreira como argumentista, produtora e atriz indiciem claramente o grande amor que tem à sétima arte.
À boleia do cinema, Jolie tornou-se na celebridade que todas sonham ser quando a sua beleza deslumbrante conquistou Brad Pitt em Mr. & Mrs. Smith e os dois decidiram formar o casal mais glamouroso de Hollywood. A misteriosa e “problemática” atriz conquistou o coração de Mr. Pitt quando concretizou um dos seus maiores anseios – ser pai. Ao contrário do que é comum na maioria das atrizes, Angelina gosta de ser mãe e não vê nisso nenhum problema para a sua carreira. Tem seis filhos, três biológicos e três adotados. Estas três adoções são a marca mais visível de outro traço fundamental da personalidade da esposa de Brad Pitt: o ativismo humanitário. Embaixadora da Boa Vontade do Acnur em 2013 não foi um cargo oportunista para figurar num curriculum conveniente. Angelina interessa-se verdadeiramente pelos desprotegidos e pelos órfãos e não fica somente pelas palavras. Há um mês foi vista num campo de refugiados sírios, na Grécia, porque ela sabe que a sua imagem ainda tem o poder de constranger.
No entanto, já nessa altura Angelina Jolie se tinha tornado no foco da notícia. Não por causa do efeito das suas ações humanitárias ou desempenho fabuloso nalgum filme, não por causa de algum arrufo com Brad Pitt ou porque a sua beleza continuasse a brilhar intensamente, mas por causa da sua saúde.
Há poucos dias, Angelina Jolie foi internada de urgência, pois tinha chegado a uns inaceitáveis e perigosos trinta e cinco quilos de peso. Depois de ter retirado seios e ovários dada a sua propensão para ter cancro, a Angelina mais jolie do planeta tem de lutar contra a anorexia. Só que ao contrário do cancro, o principal problema é a sua teimosia paranoica em não se alimentar devidamente.
E Angelina é uma personalidade difícil de vergar e convencer. No meio daquela beleza arrebatadora, daquela doçura de mãe, daquela energia humanitária contagiante, há uma permanente sombra negra – qual Maléfica – que nenhum Mr. Smith, por mais Pitt que seja, consegue fazer desaparecer.
Desde a infância que é assim. Como se tudo o que consegue ou ganha estivesse à espera daquela reconciliação com o pai e consigo própria que teima em adiar. Veremos se ainda vai a tempo, porque mais importante que ser “jolie” para os outros é ser “angelina” para si.
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