quinta-feira, 14 de abril de 2016

SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO

FILIPA PARREIRA
A síndrome do túnel do carpo (STC) é uma das doenças mais frequentemente tratadas pelos ortopedistas e especialistas em cirurgião da mão. O diagnóstico é clínico e determinado pela história e pelo exame físico.

O que é?
A síndrome do túnel do carpo caracteriza-se pela compressão do nervo mediano a nível do punho. A compressão ocorre por diminuição do espaço no interior do canal ou por aumento do volume das estruturas dentro dele.

Quais as suas causas?
A síndrome do túnel do carpo é muitas vezes o resultado de uma combinação de fatores que aumentam a pressão sobre o nervo mediano e tendões no túnel do carpo, em vez de um problema com o próprio nervo. Pode haver uma predisposição congénita, em que o túnel do carpo é simplesmente menor em algumas pessoas do que em outras.
Outros fatores contribuem para esta condição, tais como: trauma ou lesão no punho que causam inflamação, obesidade, hipotiroidismo, retenção de líquidos durante a gravidez ou a menopausa, artrite reumatóide, uso excessivo do punho, ou o desenvolvimento de um quisto ou tumor no canal. Em alguns dos casos, nenhuma causa pode ser identificada.
A síndrome do canal cárpico ocorre frequentemente sem um motivo evidente. O problema afeta mais frequentemente as mulheres do que os homens, possivelmente pelo facto das mulheres terem normalmente canais cárpicos mais estreitos. Esta síndrome pode afetar uma ou ambas as mãos.

Sinais e Sintomas
Na história clínica, a queixa mais comum do paciente é a de “formigueiros” e dor na mão, comprometendo o polegar, indicador e dedo médio, mas não é rara a referência de parestesias em todos os dedos da mão.
Frequentemente estes sintomas pioram durante o sono e provocam o despertar do paciente durante a noite e que melhoram com o movimento dos dedos da mão.
Os doentes às vezes notam que têm diminuição da força de preensão, podendo deixar cair os objectos da mão. Nos casos mais graves, a sensibilidade pode estar completamente ausente e os músculos da base do polegar atrofiados (atrofia da eminência tenar).
Como consequência, surge limitação para as atividades diárias e incapacidade para o trabalho.

Diagnóstico
O diagnóstico nem sempre é fácil devido ao facto do quadro clínico poder variar muito quanto à duração e intensidade dos sintomas.
Os profissionais de saúde, como médicos e fisioterapeutas, devem obter uma história clínica detalhada e realizar um exame físico que deve incluir, as caraterísticas pessoais, avaliação da sensibilidade e da parte muscular. Um exame físico das mãos, braços, ombros e coluna cervical podem ajudar a determinar se as queixas individuais estão relacionadas às atividades diárias ou a um distúrbio subjacente.
O diagnóstico, apesar de eminentemente clínico, com base nos sintomas e na distribuição das alterações sensoriais da mão, também deve ser feito por meio de métodos neurofisiológicos para avaliação da velocidade de condução do nervo mediano.
Um diagnóstico precoce é importante para evitar danos permanentes no nervo mediano.

Tratamento
Numa fase inicial, a terapia farmacológica com medicamentos anti-inflamatórios não esteróides podem aliviar a dor e inflamação associada a esta condição.
A intervenção da fisioterapia no tratamento na síndrome do túnel do carpo deve começar o mais cedo possível.
Outras possibilidades como, o uso de tala noturnas ou durante atividades mais extenuantes e a modificação de atividade poderão aliviar os sintomas.
Com a minha prática clínica verifico que a intervenção com técnicas segundo o método de Pold, acupuntura, osteopatia, mesoterapia homeopática, eletrólise percutânea intratecidular (EPI), exercícios de alogamento e de fortalecimento consegue-se aliviar os sintomas que esta síndrome provoca.
Quando os sintomas são muito intensos ou não melhoram, a cirurgia poderá ser necessária.

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