sexta-feira, 8 de abril de 2016

E AS BOTEFADAS FIZERAM RICOCHETE

GABRIEL VILAS BOAS
Da arbitrariedade à indignidade boçal, João Soares esforçou-se por se tornar no ministro mais nefasto deste sui generis governo do PS de António Costa. Em apenas uma dezena de semanas, o mais experiente político do governo deu mostras de uma infantilidade, má criação, tontaria generalizada que surpreende e confrange.
Há dois meses exigiu na televisão o pedido de demissão de António Lamas, presidente do CCB, sem evocar nenhuma razão substantiva para o fazer, levando a generalidade da comunicação social a verberar a sua atitude.

Agora, através da sua conta de facebook, oferece um “par de bofetadas” a dois dos seus críticos mais acérrimos – Augusto Seabra e Vasco Pulido Valente.

João Soares só pode estar fora de si. Mesmo um miúdo birrento e malcriado não se prestava a tão triste papel. João Soares era ministro de Portugal; João Soares era ministro da Cultura; João Soares ocupava um cargo público relevante e por isso não podia dar-se ao luxo ignóbil de ser boçal. António Costa só tinha uma solução: limpar rapidamente esta mancha de indignidade que caiu sobre o seu governo, porque há valores básicos como o da educação e o da urbanidade que um governante jamais poderá desrespeitar. Para já não falar nos métodos, completamente despropositados, que o ex. Ministro da Cultura usa para atacar aqueles que lhe fazem frente.

No caso António Lamas, João Soares prestou um mau serviço ao ministério da Cultura ao demitir, em consequência de uma birra pessoal, um homem competente que muito fez pelo CCB com pouco dinheiro. O caso das “bofetadas” foi mais grave. Demonstra inequivocamente o carácter do filho de Mário Soares, revelando como ele despreza a liberdade de opinião e como age com aqueles que se lhe opõem.

Durante a manhã de hoje, obrigaram João Soares a demitir-se, porque a atuação pública e política do agora ex-ministro da Cultura não deixou ao Primeiro-Ministro outra saída. É curioso que o homem que começou arrogantemente a pedir a demissão de um diretor do CCB, acabe ele próprio por ter de pedir a demissão. Talvez seja caso para que o ex-presidente da Câmara de Lisboa aplicar duas valentes bofetadas a si próprio, pois fez por merecê-las. 

P.S. João Soares é maior e vacinado. Responde pelos seus atos que só a ele devem ser assacados. É mesquinho aproveitar a ocasião para atingir Mário Soares, dando largas a um odiosinho de estimação perfeitamente dispensável.

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