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A doença de Alzheimer, não é uma companheira do envelhecimento, mas antes uma doença neurodegenerativa, crónica e incurável, distúrbio que provoca uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas (memória, atenção, concentração, linguagem, pensamento, entre outras). Esta deterioração tem como consequências alterações no comportamento, na personalidade e na capacidade funcional da pessoa, dificultando a realização das suas atividades de vida diária.
Esta doença foi descoberta em 1906, por um neurologista alemão que, após ter examinado uma mulher de 51 anos de idade, ficou admirado pela presença de sintomas, encontrados habitualmente em indivíduos idosos.
Após a morte dos seus clientes, Alzheimer examinou o cérebro, descobrindo emaranhados de fibras de células nervosas, aos quais chamou “emaranhados neuro-fibrilares”.
Estas células, chamadas também, células de Alzheimer, levam à perda progressiva dos neurónios do córtex cerebral, associado ao pensamento e à memória.
A doença de Alzheimer é a causa mais frequente de demência nos países desenvolvidos, constituindo cerca de 50% a 70% de todos os casos. É uma doença de inicio insidioso e gradual, com declínio lento e regular, afetando cerca de 15% dos indivíduos com mais de 65 anos de idade, homens e mulheres na mesma proporção e, é tida como a causa mais comum de demência nessa faixa etária, havendo no entanto provas da existência desta doença, em pessoas com apenas 40 anos de idade. A sua evolução é tanto mais rápida, quanto mais jovem a idade de aparecimento.
As causas desta doença são ainda desconhecidas, no entanto, julga-se que talvez seja uma doença auto-imune e, pensa-se que haja uma ligeira predisposição hereditária.
Estão a ser investigadas várias causas suspeitas, incluindo fatores ambientais, perturbações bioquímicas e processos imunitários. A causa pode variar de pessoa para pessoa e pode ser devida a um ou a vários fatores.
Na fase inicial, os sintomas da Doença podem ser muito subtis. Todavia, começam frequentemente por lapsos de memória e dificuldade em encontrar as palavras certas para objetos do quotidiano. Estes sintomas agravam-se à medida que as células cerebrais vão morrendo e a comunicação entre estas fica alterada.
Outros sintomas característicos:
Dificuldades de memória persistentes e frequentes, especialmente de acontecimentos recentes;
Apresentar um discurso vago durante as conversações;
Perder entusiasmo na realização de atividades, anteriormente apreciadas;
Demorar mais tempo na realização de atividades de rotina;
Esquecer-se de pessoas ou lugares conhecidos;
Incapacidade para compreender questões e instruções;
Deterioração de competências sociais;
Imprevisibilidade emocional.
Consoante as pessoas e as áreas cerebrais afetadas, os sintomas variam e a doença progride a um ritmo diferente. As capacidades da pessoa podem variar de dia para dia ou mesmo dentro do próprio dia, podendo piorar em períodos de stress, fadiga e problemas de saúde. No entanto, o certo é que vai existir uma deterioração ao longo do tempo.
Uma vez que esta doença não tem cura e é degenerativa, a pessoa afetada torna-se gradualmente dependente da assistência de outros. Em muitos casos, é o cônjuge ou um familiar próximo quem assume o papel de principal cuidador. A doença tem um impacto significativo para os cuidadores, a nível social, psicológico, físico e económico.
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