RITA TEIXEIRA |
Fora publicada, anteriormente, uma crónica, relativa ao meu internamento numa enfermaria de neurologia no Hospital Santo António na cidade do Porto, um dos mais conceituados do país. Nos poucos dias de internamento, fui “entregue aos lobos”. Embora meu marido tivesse advertido a enfermeira e a auxiliar, ambas de serviço, sobre as minhas necessidades, suas palavras “caíram em saco roto”. Fui ignorada, desprezada e injuriada.
Como era possível tanta falta de humanidade de quem deveria cuidar dos doentes com os cuidados médicos aliados à afetividade que qualquer enfermo merece.
Deste modo, é meu dever louvar o profissionalismo de quem trabalha na Clínica Médica Arrifana de Sousa, em Alpendorada.
Comecei os tratamentos em 2010 e, à medida que o meu corpo se ia atrofiando, nunca me faltou o zelo, a preocupação com o meu bem-estar, o carinho com que me ajudavam a vestir-me e posteriormente não me negaram ajuda nas idas à casa de banho.
Com o correr do tempo, eu senti que as conquistara e elas apoderaram-se do meu coração, levando-me a considerá-las anjos enviados por Deus.
Alda, sempre de sorriso no rosto, ajudava-me na entrada e na saída, conduzindo-me até à Cacilda. A ela, chamei anjo caloroso.
Cacilda, sempre bem-disposta, fazia-me rir a bandeiras despegadas. A ela, chamei anjo divertido. Mónica, sempre atenta e fazia-me as massagens com tanto carinho, que eu só queria que não mais acabasse. A ela, chamei anjo meigo. Cláudia, a terapeuta tagarela criava um ambiente familiar e todos os utentes se sentiam bem e eu, mais que ninguém sentia o seu pesar por todo o meu sofrimento. A ela, chamei anjo protetor.
Nesta clínica médica, recebo o tratamento necessário e, para além disso, usufruo de muita ternura, miminhos e provas de uma amizade sincera.
A este local de saúde, eu chamo “cantinho da felicidade”.
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