segunda-feira, 17 de julho de 2017

APRENDER A VIVER COM A E.L.A - DOENÇA QUE ALTERA RADICALMENTE A NOSSA VIDA

RITA TEIXEIRA
Habituar-me a falar sem pronunciar corretamente algumas consoantes, foi um baque em meu frágil coração. 

Estar a comer e engasgar-me a toda a hora, foi deveras penoso, porque previa algo de muito grave. O cansaço apoderara-se de mim e eu, que raramente chorava, passei a chorar de revolta com as leis do governo, conhecendo a frustração do cargo que me fora imposto. 

Aceitar que a lecionação aos meus alunos foi um roubo à minha carreira profissional. Tirar um curso, sonho de criança, para ser professora e haver a hipótese de ter que avaliar os outros professores, era inconcebível e inexplicável, pois não possuía competências para exercer essas funções. Com o decorrer do tempo, a revolta foi-se intensificando e o prazer de ensinar terminou a meio do ano letivo, porque a fala agravara-se e já não havia condições para lecionar! 

Segundo a opinião de um médico, eu já tinha o gene da doença, porém a minha situação psicológica agudizara o avanço de. E. L. A. Encontrava-me, então, nos Estados Unidos da América e, lá, facultaram a paz, tão fundamental, para quem acabara de ouvir a evolução desta enfermidade e o prognóstico de três a cinco anos de vida, embora, dependesse de pessoa para pessoa. 

Reforcei a minha decisão de não esperar passivamente que eu fosse mais um número para essa estatística. 

Senti o orgulho do meu irmão. Senti a admiração da prima Helena Gonçalves, da reverenda Lourdes Magalhães, dos membros que a acompanhavam e do médico que passou a frequentar a casa do meu irmão. Senti o carinho do grande Bernardino Coutinho e a dedicação diária da mana Mariazinha Coutinho. 

Não posso terminar, sem agradecer à Adriana todo o amor que pôs ao cuidar de mim. gratidão ao Manolo, que se disponibilizou para o que fosse necessário. 

Finalizando, o meu muito obrigada aos meus cunhados, Fernando e Manuela Pinheiro, pela ajuda fundamental à Francisca, num momento crucial da sua adolescência. Agradecer à minha cunhada Dina Teixeira, por colocar, na minha bagagem, a paz, a fé ingredientes valiosos para viver e aceitar a vida com. E. L. A.

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