quarta-feira, 5 de julho de 2017

A SAÚDE MENTAL EM PORTUGAL

MÁRCIA PINTO
A saúde mental e a saúde física são duas vertentes fundamentais e indissociáveis da saúde.

Assim, para que sejamos considerados saudáveis é importante sentirmo-nos bem connosco próprios e na relação com os outros, sermos capazes de lidar de forma positiva com as adversidades, termos confiança e não temer o futuro, o que nem sempre é fácil numa sociedade em constante mudança e cheia de contratempos.

Neste sentido, os problemas de saúde mental mais frequentes são:

Ansiedade

Mal-estar psicológico ou stress continuado

Depressão

Dependência de álcool e outras drogas

Perturbações psicóticas, como a esquizofrenia

Atraso mental

Demência

Contudo, existem muitos preconceitos em relação às pessoas que sofrem de uma doença mental, o que faz com que as pessoas afetadas com este tipo de problemas sejam muitas vezes incompreendidas, estigmatizadas, excluídas ou marginalizadas, devido a falsos conceitos, como por exemplo:

· As doenças mentais não têm cura;

· As doenças mentais são fruto da imaginação;

·As pessoas com problemas mentais são pouco inteligentes, preguiçosas, imprevisíveis ou perigosas.

Será que as pessoas com doenças mentais são perigosas e devem ser excluídas da família, da comunidade e da sociedade? Não. Pessoas com problemas de saúde mental não representam perigo para a família, comunidade ou sociedade. Daí, que devam ser tratadas adequadamente e inseridas na comunidade, sem medo ou exclusão. Assim, poderão levar uma vida normal, feliz e produtiva.

Em termos de tratamento, as normas de orientação clínica recomendam, em primeira linha, a psicoterapia para pessoas com perturbações mentais comuns.

Mas a própria Direção-Geral de saúde (DGS) reconhece que esta orientação com vista à psicoterapia é inviabilizada pela escassez de psicólogos clínicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), bem como pelo facto de nem todos os que existem terem formação específica para essas intervenções.

No que diz respeito ao setor privado, existem vários profissionais nestas áreas, mas são poucas os que aceitam clientes através de seguros de saúde.

A falta de recursos disponíveis para a saúde mental em Portugal é certamente um dos fatores que tem dificultado o desenvolvimento e a melhoria dos serviços neste sector.

Neste sentido, os utentes e familiares não têm uma voz ativa na sociedade portuguesa. A perspetiva de saúde pública e a cultura de avaliação de serviços são bastante frágeis na área da saúde mental no nosso país!

Resultado: quando algum de nós, algum familiar ou amigo passam por um período menos positivo ao nível da saúde mental, é muito complicado encontrar ajuda pois vivemos num país cheio de burocracias difíceis de ultrapassar e em que a saúde mental é desvalorizada. 

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