TÂNIA AMADO |
Palavras que se sincronizam, mas com intensidades tão diferentes. Ser apaixonado, amar a vida, as pessoas, a natureza, os animais, é visível pela forma com que cada pessoa se entrega às vivências. Diria que a diferença é que a paixão cresce através das sensações sensoriais: cheiro, atracção, visão… algo que pode ter inicio, meio e fim. A pessoa pode ser uma situação inviável e, ainda assim, dar uma vontade impossível de conter em nos envolvermos com ela. Mas depois de gasta essa vontade a paixão pode terminar. As borboletas podem voar. Será melhor consumir essa paixão ou deixar passar?
Já o amor germina depois, ou antes, disso. Cresce com o convívio e conhecimento do outro, à medida que se desenvolve a relação de amizade, cumplicidade e até pode crescer tornando-se no que chamo “paixão-amor”.
Criar uma relação requer paciência, tempo e entrega. Num mundo onde o corre-corre é a prioridade torna-se difícil manter a calma necessária para criar uma relação estruturada. Cada vez mais se procura ter o outro de forma rápida através da dependência, desprezo, apego ou mesmo do ódio: “ou me amas ou me odeias”. A isto chamo de manipulação emocional, controlo e uma conquista barata de poder pouco saudável. Todos estamos sujeitos a cair nesta armadilha por auto desconhecimento ou carências afectivas, mas também podemos entender como não cair nela.
Se amas então queres a felicidade do outro (queira ele estar ao teu lado ou longe). Se amas com apego queres que o outro te faça feliz, independentemente do que o faça feliz a ele. Se amas sem esperar ser amado: vais perceber que a dependência é sufocante e degastadora. Se amas, amas sem esperar troca directa.
O que é estás a sentir agora: é amor, paixão, amor-paixão ou apego?
Adoro
ResponderEliminarRaul Tomé