segunda-feira, 17 de julho de 2017

... A CASA DA GRANJA VOLTOU A TER VIDA

A. PATRÍCIO

A tarde era de Verão e não podia estar mais convidativa.

Pelas dezassete horas meti pés-ao-caminho e lá fui até ao belíssimo mirante e velhinha Casa da Granja. Lá chegado, não descansei enquanto não corri todos os cantos movido por uma curiosidade, já de mim conhecida, bebendo surpresas em cada sala, descansando o olhar neste ou naquele pormenor ou lendo, muito devagar, os painéis contendo partes da história daquela Casa.

Por todo o lado pedaços de imaginação traziam-nos a uma realidade de eventos e iniciativas concebidas pelos jovens da MODAR.TE que, juntando Moda, Cultura e Arte, num só evento, criaram momentos especiais. 

No ar, ainda que difusa, sentia-se a presença de Amadeo quando, ali se deslocava, para visitar a sua tia e madrinha. A liberdade de movimentos era total e, aproveitando essa benesse, dei por mim a deambular, possuído de espanto, pela área circundante e lá fui encontrar a velha pedra-de-armas, orgulhosa da sua história, na fachada da capela que, outrora, teve como orago N.ª Srª. do Bom Sucesso, instituída que foi pelo Pe. António de Magalhães Machado corria o ano de 1865. De repente, pouso o olhar sobre uma coluna em granito ainda com base e capitel mas sem o coroamento que lhe completaria a história, sobressaindo no fuste duas argolas em ferro envelhecidas pelo tempo. Não resisti em abraçá-la tentando sentir o seu pulsar de tantas histórias e estórias na tentativa de ouvir um segredo - …eu sou o que resta do velho pelourinho de Amarante que, em tempos que já lá vão, estava no Largo da Ordem, hoje de S.tª Luzia e que os homens não souberam ou não quiseram conservar-me… - mas, o silêncio, manteve-se mudo e calado e o “milagre” não se consumou. Senti uma sensação agri-doce e o momento levou-me a pousar o olhar sobre um montão de pedras, jogadas a um canto, na tentativa de “ver” algo que trouxesse sossego ao meu devaneio elas que, também, têm muitas histórias para contar. 

Esta Casa da Granja, que se mostra às gentes desde o remoto séc. XVII, mantém a sua beleza apesar de todas as reconstruções e obras de conservação e restauro, como casa de habitação, acabando por ser sujeita, nos nossos dias, a obras de outra envergadura e passar a ser um “domicílio de cultura” em honrosa homenagem àquele que, nos dias que correm é um dos expoentes máximos da pintura – Amadeo.

Aos jovens da MODAR.TE que lhe abriram as portas, dando-lhe uma perspectiva de vida, com uma iniciativa mais que louvável trazendo aos amarantinos um evento cheio de cor, música, alegria, arte e moda, os meus parabéns.

Amarante continua a trilhar por caminhos de afirmação que esperamos sejam continuados num futuro de desenvolvimento e empreendedorismo.

Amarante e os amarantinos merecem este esforço e a tenaz persistência de quem vê Amarante com olhos de ver e se afirma pela positiva.

Bem-hajam jovens da MODAR.TE, todos estão de parabéns e, àqueles que vos ajudaram a levar a bom-porto esta iniciativa, o desejo de um continuar pois, Amarante, é Terra Mãe e agradece todos os nossos esforços.



Parabéns.

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