MARIA AMORIM |
Esta é sempre a grande questão que implica grande sensibilidade do cuidador e habilidade para gerir as situações problemáticas que a doença acarreta. O cuidador precisa de interiorizar que a doença de Alzheimer atinge com gravidade a capacidade de pensar e a memória, que os seus sintomas compreendem perda de memória, capacidade de raciocinar e de ajuizar, mudanças de humor e mudanças no comportamento e comunicação
Porque a memória se encontra alterada, a pessoa vai perdendo as lembranças mais recentes, guardando no entanto, intactas, memórias do passado. A pessoa torna-se incapaz de assimilar novas informações, tem tendência para vaguear, e perde-se muitas vezes. Perde capacidade de realizar atividades musculares, acabando por ficar acamada. Torna-se incapaz de reconhecer certos objetos, pelo que deixa de fazer muitas coisas, até de comer, acaba por negligenciar a sua higiene pessoal.
ESTRATÉGIAS PARA OS CUIDADORES
Cuidar de uma pessoa com Alzheimer não é tarefa fácil
O MAIS IMPORTANTE, ENQUANTO FOR POSSÍVEL, É AJUDAR O DOENTE A FAZER AS COISAS MAS NÃO AS FAZER POR ELE
Quando as capacidades da pessoa mudam por via do Alzheimer ou de uma doença aparentada, a comunicação é afetada, podendo causar mal-entendidos e frustrações quer de um lado, quer do outro. Manter uma comunicação baseada no respeito e na sensibilidade é fundamental, seja qual for o estadio da doença ou o grau de confusão da pessoa. Há que ter presente que a qualidade de vida das pessoas atingidas pelo Alzheimer ou outra demência aparentada depende muito da sua ligação com os outros, mas que, no entanto, a manutenção destes laços se pode revelar complexa e muito difícil, sobretudo quando a comunicação verbal se tornar impossível, pois com o evoluir da doença, a comunicação torna-se cada vez mais difícil. As pessoas com Alzheimer têm bons e maus dias, e não podemos esquecer que isto depende directamente da qualidade do sono, do seu nível de stress ou de outros problemas de saúde.
No estadio moderado, pode acontecer que a pessoa tente interpretar um mundo que já não compreende, porque o seu cérebro é incapaz de perceber as informações que lhe chegam ficando a comunicação comprometida pela falta de entendimento mútuo, o que pode perturbar o doente e os cuidadores
A comunicação pelos sentidos, no estadio mais avançado até ao fim de vida
Num estadio mais avançado, mesmo que a pessoa não possa comunicar verbalmente ou reconhecer o cuidador, ainda está capaz de comunicar de outra forma e de sentir o afeto e os esforços feitos para a acalmar. Vigiar mudanças no comportamento, na linguagem corporal e nos sinais não verbais que possam transmitir sentimentos ou mal-estar físico que sugiram que se deva chamar o médico
Passar tempo ao ar livre faz muito bem a toda a gente, doentes e cuidadores
Os cuidadores devem ter presentes que existem medicamentos que tratam os sintomas mas…NÃO CURAM A DOENÇA E NÃO A IMPEDEM DE EVOLUIR
Atualmente não existe nenhum tratamento que cure a doença, sendo o seu tratamento sintomático, resta-nos a esperança que a investigação leve à descoberta da sua cura. Alguém dizia que “…Uma pessoa não se restringe unicamente à sua memória. O ser humano tem sentimentos, imaginação, energia, vontade e princípios.” O. Sacks
O doente até pode nao saber quem eu sou, mas EU sei quem ele é...
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