sábado, 29 de julho de 2017

NESTE VERÃO, CUIDE DA SUA SAÚDE

ANTONIETA DIAS
O golpe de calor (insolação) pode colocar a vida em risco. É uma doença resultante da exposição prolongada ao calor intenso, durante vários dias consecutivos, com consequente desidratação, dificuldade no arrefecimento corporal, podendo até impedir a descida da sua temperatura por incapacidade na libertação do suor e bloqueio na reposição dos valores normais da temperatura corporal habitual.

Caracteriza-se por ser uma doença de instalação súbita, muito grave, implicando a necessidade de tratamento intensivo imediato que passa pela hidratação de grande volume de líquidos de forma a minimizar o risco do golpe de calor.

Esta situação ainda se torna mais complicada se surge em pacientes portadores de certas doenças crónicas (diabetes, insuficiência renal, alcoolismo, patologia respiratória, fibrose quística, hipertensão, arritmia cardíaca, patologia psiquiátrica, esclerodermia…), que só por si se encontram já comprometidas na resposta fisiológica normal à qual acrescem as terapêuticas medicamentosas instituídas que poderão agravar ainda mais este quadro.

Importa, contudo referir que outros grupos vulneráveis, designadamente as crianças, os idosos, os obesos, pacientes aletuados, as pessoas que desenvolvem a sua atividade profissional com uma grande exposição solar são pessoas ainda com maior risco.

Cuidados gerais e atitudes durante os períodos de temperaturas ambientais elevadas: 

Fornecer uma grande ingestão de líquidos (água, sumos naturais, sem açúcar).

Impedir a ingestão de bebidas com açúcar ou de bebidas alcoólicas.

Fazer refeições leves e com uma frequência de 6 a 7 vezes por dia e de pequena quantidade.

Permanecer em ambientes frescos de preferência com ar condicionado, tomar um duche de água tépida ou fria, sempre que possível.

Não permanecer ao sol nos períodos do dia compreendidos entre as 11.00 e as 17.00 horas, usar protetores solares, aplicando-os de 2 em 2 horas.

Proteger o corpo com roupas suaves e que cubram o máximo da superfície corporal.

Sempre que possível viajar de noite, não permanecer dentro das viaturas estacionadas e ao sol, procurar ter um ambiente nas habitações fresco e não frequentar a praia nos dias em que as temperaturas sejam elevadas.

A sintomatologia do golpe de calor pode ser de instalação súbita, muito rápida, sem prévios sinais de alarme, designadamente cefaleias, vertigens ou fadiga.

De uma forma geral, surge febre alta, a pele fica seca, vermelha e quente, sem produção de suor, náuseas e tonturas.

A nível cardíaco surge uma taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos), que pode atingir 160-180 batimentos por minuto, sem variação dos valores tensionais.

As temperaturas corporais podem ser de 40, 41º, originando uma sensação de desconforto interior( como se de fogo se tratasse), confusão e desorientação mental, podendo mesmo levar à perda de consciência ou desencadear um quadro convulsivo.

Quando o paciente atinge uma temperatura de 41º, desencadeia um quadro clinico grave em que pode bastar apenas o aumento de mais 1º grau para ser mortal, devido ao fato de provocar uma lesão permanente nos órgãos vitais, designadamente no cérebro.

Se não formos céleres na instalação do tratamento o golpe de calor pode ser fatal.

O tratamento do golpe de calor é urgente, exige uma transferência imediata para uma unidade hospitalar, sendo uma obrigação de quem suspeita ou de quem diagnostica este síndrome, deve chamar o 112, iniciar rapidamente medidas de suporte, nomeadamente envolver a pessoa com panos ou lençóis humidos, colocar a vitima numa banheira de água fria, num riacho se for essa a alternativa, ou mesmo aplicando gelo para a arrefecer enquanto se aguarda o transporte pelo Instituto Nacional de Emergência Medica (INEM).

É importante fazer o controlo da temperatura corporal para prevenir o arrefecimento excessivo e ministrar a terapêutica necessária para evitar as convulsões.

O internamento dos pacientes que foram vitimas de um golpe de calor é feito durante um período de alguns dias para monitorizar as oscilações de temperatura, repor o equilíbrio hidro-eletrolítico, provocado pela perda excessiva de água e eletrólitos, fazer a estabilização hemodinamica dos pacientes os quais só deverão ter alta hospitalar , quando estiverem completamente equilibrados.

Em suma, sem prejuízo de outras informações complementares trata-se de um quadro clinico muito grave mas com bom prognóstico se tivermos uma atitude terapêutica assertiva e se os pacientes responderem adequadamente às medidas recomendadas.

Nota: linhas de apoio da Direcção Geral de Saúde: Saúde 24: 808 24 24 24
Email: calor@dgs.pt

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