sábado, 10 de junho de 2017

PORTUGAL É UM PAÍS QUE AINDA TEM MUITO PARA DAR AO MUNDO

TIAGO CORAIS
10 de Junho, dia de Portugal, de Camões e das Comunidades será o tema deste artigo e achei apropriado escolher o mesmo título que o jornal Bracarense Correio do Minho escolheu no seu título sobre o evento “CONVERSAS COM CIDADÃOS DO MUNDO” que organizei em Janeiro em conjunto com mais amigos.

Na minha opinião este título usado pelo Correio do Minho foi muito feliz porque fala principalmente de futuro e consequentemente poderá gerar uma VIBRANTE ENERGIA para que os Portugueses explorem todas as suas capacidades e mudem a sua atitude perante Portugal e o Mundo. Acreditar, valorizarmo-nos e sermos optimista perante o futuro é um dos primeiros passos para que o sucesso apareça e Portugal de forma humilde se imponha no Mundo como uma das Nações mais PROGRESSISTAS E COM FUTURO.

Há praticamente um mês os irmãos Salvador deram-nos uma grande lição com a sua participação no festival da Eurovisão. Li com alguma estranheza as críticas destrutivas de alguns cronistas Portugueses, sem falar no que de positivo este tipo de acontecimentos têm para Portugal. Sim é verdade que o mérito, o empenho e a audácia são do Salvador Sobral, mas qualquer povo precisa de referências que os INSPIRE e traga AUTOCONFIANÇA. Na minha opinião os irmãos Salvador com a sua participação deram-nos uma grande lição, como POVO podemos SONHAR e sermos os MELHORES DO MUNDO A “CANTAR NA LÍNGUA DE CAMÕES” e ACREDITARMOS MAIS NO NOSSO SUCESSO COMO NAÇÃO.

No desporto, temos Cristiano Ronaldo, que com raça, crer, muito trabalho, dedicação, com inovação e humildade faz história no futebol. Mesmo não estando em campo, o seu espírito inspira os seus colegas e isso foi visível quando nos tornamos Campeões Europeus. José Mourinho, treinador que com estratégia, conhecimento e orgulho em ser Português transformou o futebol mundial, transformando-o num desporto de “chutar a bola”, numa modalidade “científica”. Inspirou muito jovens portugueses que se transformaram em treinadores de topo mundial. O CRER, A DEDICAÇÃO, EXPLORAR O CONHECIMENTO E A AMBIÇÃO SERÃO A CHAVE DO NOSSO SUCESSO.

Na Arquitectura, Siza Vieira, com inovação, audácia e com capacidade de rodear à sua volta grandes equipas multidisciplinares conquistou o Mundo e desenhou “nuvens” sólidas em toda a parte do Globo. Também inspirou o aparecimento de grandes Arquitectos Mundiais e de todas as nacionalidades. A CRIATIVIDADE, A CAPACIDADE DE CONTRUIR GRANDES EQUIPAS E A VONTADE DE INTERNACIONALIZAÇÃO DEVERÃO ESTAR NO NOSSO “ADN”.

Outra figura que gostaria de destacar é António Guterres, um grande Humanista, que enquanto Primeiro-Ministro de Portugal a sua “Paixão Foi A Educação” e não houve dúvidas que junto com o ex-Ministro Mariano Gago apostaram na Educação e principalmente na Ciência como nunca antes tínhamos feito. Com estas políticas fomos capazes de atrair muitos investigadores portugueses e estrangeiros de ponta a voltarem para Portugal. No entanto também é verdade que sentiu algumas dificuldades para que no nosso País o valorizassem como um pessoa ímpar. Como escreveu o jornalista Miguel Tavares no artigo “O Destino de Guterres” no Público em 29 de Junho de 2016: “Poucas vezes tenho visto, em política, tanto talento desperdiçado, tanta vontade paralisada, tanta seriedade intelectual transformada em inutilidade. (...) Quem conheci então foi um homem notavelmente preparado para o poder e para a chefia do Governo. Preparado, não apenas no conhecimento profundo e detalhado que revelava de todos os "dossiers", mas preparado também pessoalmente - com a tranquilidade de quem acreditava, sem a vaidade e a arrogância a que estávamos habituados e fartos pelas eminências cavaquistas, de que tinha para o país um projecto pensado, amadurecido e exequível, e de quem, tendo chegado a esse ponto, tinha a consciência de ter feito o que era seu dever, sendo que o resto cabia ao povo decidir. Visivelmente, António Guterres não tinha pressa, nem ambição de poder pelo poder.” No entanto seguiu o seu caminho, estando dez anos a fazer o que mais gosta como Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, a AJUDAR OS MAIS VULNERÁVEIS e de certa maneira a dar-lhes VOZ. Teve depois a audácia de se candidatar como Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas e hoje teoricamente é a pessoa com o mais alto cargo do planeta. O TALENTO, O TEMPO, A PREPARAÇÃO, A INTERNACIONALIZAÇÃO, A AUDÁCIA E ABERTURA PARA O MUNDO SÃO FACTORES QUE NOS FAZEM TER VOZ NO MUNDO.

A opção governativa que temos actualmente, a “Gerigonça”, tem despertado curiosidade por essa Europa fora. Aqui no Reino Unido, onde moro, tem aparecido artigos em diversos blogues (é verdade principalmente de esquerda), foi publicado um artigo na revista trimestral da Fabian Society (Think Tank do Partido Trabalhista), mas também a insuspeita revista “The Economist” (http://www.economist.com/news/21719753-socialists-say-their-keynesian-policies-are-working-others-fret-about-portugals) escreveu sobre a “Geringonça” falando da mudança de paradigma na nova governação portuguesa e abordando também as alianças improváveis entre o Partido Socialista, o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda que suportam o actual governo e como têm alcançado o sucesso. PENSAR FORA DA CAIXA, USANDO A DIPLOMACIA NA SUA ABORDAGEM, SABENDO CONVERGIR NO INTERESSE COLECTIVO, O MAIOR BENEFICIADOS SERÃO OS PORTUGUESES E PORTUGAL.

Concluindo, temos que ter a noção que umas das razões do nosso atraso foi nunca participarmos de forma efectiva nas REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS e durante muito tempo não investirmos na EDUCAÇÃO. Mas uma das nossas principais fragilidades como POVO são principalmente de atitude, estamos demasiado com uma ideia preconcebida que somos um PAÍS PEQUENO, fazendo com que tenhamos uma MENTALIDADE PEQUENA QUE NOS ATROFIA. Muitas vezes estamos cegos no nosso individualismo que não valorizamos a MERITOCRACIA. Mas também é verdade que muitas vezes, na nossa arrogância achamos que somos melhores que os outros e por isso “NÓS MERECEMOS TUDO” e os outros como diz o Trump são uns “LOSERS” que não merecem nada. Aceitamos a POBREZA, A INJUSTIÇA E A SOBREVIVÊNCIA COMO NATURAL E ELA NÃO É.

Acredito que se conseguirmos balancear a cultura do MÉRITO e do TALENTO, com a da SOLIDARIEDADE e da COESÃO. Que se aumentarmos a nossa AUTOESTIMA COMO NAÇÃO, mas ao mesmo tempo continuarmos ser HUMILDES em apreender com os outros povos. Se soubermos VALORIZAR o nosso património e as vantagens que temos no nosso país, quer nos recursos naturais e humanos. Se soubermos ser PORTUGUÊS mas abertos ao MUNDO, não tenho dúvidas que “PORTUGAL SERÁ UM PAÍS QUE AINDA DARÁ MUITO AO MUNDO.”

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