CARLA SOUSA |
Este sentimento é doloroso e semelhante a uma ferida que
doí, doí tanto que parece que teima em não sarar. É uma dor tão intensa que
pode até parece física. Mas não há medicamento que a cure, ou uma vacina que a
previna.
Há quem associe este sentimento ao de abandono.
Este sentimento pode aparecer em qualquer momento da vida de
uma pessoa. Na família, no grupo de amigos, em casais, no trabalho…
A dor da rejeição quando é internalizada e, demora a desaparecer,
pode significar uma baixa auto-estima e uma excessiva valorização em relação à
opinião do outro.
A rejeição é sentida
em graus diferentes e está ligada à estrutura da personalidade do indivíduo.
Neste caso a pessoa está dependente da opinião dos outros, sente-se quase
sempre insegura, vulnerável e inferior aos outros.
Quando a pessoa se sente rejeitada, a sua cabeça invadida de
perguntas tais como: “Porquê eu?”, “O que eu fiz”, “Sou culpada”, “ O que eu
não tenho e o que o outro tem”, “Não sou boa o suficiente”, “Não percebo”… Com
o orgulho ferido, tenta a todo o custo obter respostas… A pessoa pode sentir-se
culpada, vitimizar-se ou, por outro lado, sentir raiva e desejo de vingança, “
Vai pagá-las”, “Vai provar do mesmo”, sentimento de posse “Já que não é
meu/minha, não é de mais ninguém” ou ideações suicidas “Perdi tudo, já não vale
a pena viver”, “Estou sozinho”, “Doí-me tanto que só quero desaparecer”.
Esteja atento a estes sinais, pois caso se mantenham, deve
procurar ajuda.
Cuide de si. Atribuir ao outro a responsabilidade integral
do bem-estar, da própria felicidade e da autorrealização é correr o risco de sentir-se
rejeitado cada vez que ouve um não.
Este sentimento pode ter um impacto negativo no dia-a-dia. A
pessoa perde a espontaneidade e a genuinidade com medo de ser rejeitado. Não
pergunta, não faz, não convida, não arrisca, não dá a opinião. Ou, então
sente-se um lixo, só, abandonado e desprezado.
Com certeza que já sentiu “que não é bom o suficiente” ou
“que não vale nada”, foi rejeitado ou porventura rejeitou.
Estes pensamentos autodestrutivos podem ir e vir. Mas quando
se mantêm é importante que a pessoa se cuide e procure perceber o que está na
origem do não desaparecimento deste sentimento. Muitas vezes tem a ver com a
história de vida e experiências de vida que estão bem guardadas no armário. É
possível que estas questões sejam trabalhadas com a ajuda de um terapeuta.
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