segunda-feira, 19 de junho de 2017

“NÃO GOSTO DA COR DOS MEUS DENTES”… “SERÁ QUE HÁ SOLUÇÃO?”

INÊS MAGALHÃES
Ter uns dentes imaculadamente brancos é o sonho de qualquer pessoa. No entanto, nem sempre é fácil exibir a dentição perfeita das estrelas de Hollywood ou das manequins que aparecem nas revistas. A boa notícia é que existem soluções acessíveis que lhe possibilitam ter um sorriso de que se orgulhe. O branqueamento dentário é um tratamento seguro, desde que realizado por um profissional de saúde oral.

Numa consulta prévia, o médico dentista tem de examinar a boca e assegurar que está em condições de avançar com o tratamento. É necessário observar a existência de pigmentos externos ou tártaro que podem ser removidos apenas com uma simples destartarização, seguida de um jato de bicarbonato de sódio. No caso de existirem cáries e gengivites, o branqueamento deverá ser feito somente após o tratamento destas doenças.

É necessária uma avaliação rigorosa da pigmentação, sobretudo se esta foi provocada por medicamentos (tetraciclinas), alimentação ou alguma má formação dos tecidos dentários, para decidir a técnica mais adequada para cada pessoa. A forma mais eficaz de branquear os dentes é aquela realizada nos consultórios médicos dentários, onde é aplicado primeiro um gel de proteção gengival e, a seguir produtos à base de perborato de carbamida ou hidrogénio, que são ativados por uma fonte luminosa que pode ser de led ou laser. Este tratamento está contraindicado a pessoas alérgicas a algum dos medicamentos que compõem o gel aplicado na superfície dos dentes.

Outra possibilidade é realizar o tratamento em casa, recorrendo-se a uma moldeira para ser utilizada durante a noite. A moldeira e o gel devem ser adquiridos no consultório. A moldeira é preenchida com uma pequena quantidade de gel que atua durante as horas de sono. Neste caso, o tratamento pode durar algumas semanas até se conseguir obter o resultado esperado.

No caso de existirem restaurações extensas nos dentes anteriores ou coroas, há que ter atenção especial, já que o branqueamento é exclusivamente feito sobre a parte do dente natural e não atua sobre as restaurações nem sobre as coroas. Muitas vezes, torna-se necessário a substituição destes tratamentos porque o resultado do branqueamento acentua a diferença de cores, dando mais destaque às diferenças.

Há situações em que um dente, depois de desvitalizado, ou que tenha sofrido um trauma (queda), fica mais escuro que os outros. Nestes casos, é feito um branqueamento interno sem danificar a estrutura do dente.

O número de consultas para atingir o objetivo pretendido varia de acordo com a resposta ao tratamento, bem como da coloração prévia existente.

Alguns dias antes de ser realizado o branqueamento, deve ser feita uma limpeza dos dentes, com a remoção do tártaro e dos pigmentos que ficam colados à placa bacteriana. Uma correta higiene dentária é fundamental, quer antes quer depois do tratamento. São de evitar, nesta fase, alimentos que contenham uma elevada concentração de pigmentos (café, vinho tinto, entre outros) e não se deve fumar.

O branqueamento dentário poderá levar a um aumento da sensibilidade dentária aos alimentos frios e ácidos, sendo este o principal efeito secundário do branqueamento. Pode durar até algumas semanas, dependendo do tipo de produto aplicado e de uma possível fragilidade do esmalte dos dentes ou exposição das raízes dos mesmos.

A duração do efeito “dentes brancos” depende da higiene oral e de fatores como hábitos alimentares, tabaco, consumo de bebidas com pigmentos como o vinho tinto, café, chá e muitos outros. Há situações em que os dentes mantêm o padrão de cor desejado durante muitos anos e há outras em que, anualmente, há necessidade de um reforço. A orientação do médico dentista é que vai determinar se há, ou não, necessidade de um novo tratamento.

Hoje em dia há uma banalização do branqueamento dentário, tornando-o acessível a mais pessoas. Há publicidade de branqueamentos caseiros e de canetas de branqueamento, não sendo aconselhados por não haver evidências cientificamente comprovadas dos seus resultados. Tudo isto representa um risco porque, em situações que não sejam as indicadas e quando não realizadas por profissionais, utilizando produtos que não sejam cientificamente aprovados, poderão provocar danos irreversíveis nos dentes.

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