CATARINA PINTO |
Metodicamente escrevo a palavra mar, no meu velho diário de couro acastanhado e desgastado, escrevo-a como se tratasse da palavra amar.
Como amava aquele mar utopia, cor azul perfeito, de liberdade, de vida. Azul do céu que cruza no fundo oceano e traz consigo a fuga das almas. Um mundo de verdades e ilusões… Infinito ao meu olhar, aos desejos e devaneios de uma vida inteira a teu lado, sentindo o trago ligeiro salgado nos lábios…
O mar sempre será o meu mar, a casa onde habita o meu coração. Tantos anos a teu lado e quando parti, zanguei-me contigo. Quis esquecer a tua longitude. No fundo sempre te reencontrava do outro lado. Até as montanhas me recordo de ter dado o teu nome, meu mar, meu oceano profundo.
Cruzar-te é cruzar a vida com toda a intensidade, fazer renascer cada estação do ano, encontrar pérolas preciosas, búzios, estrelas-do-mar douradas pelo calor de um sol perfeito.
Mar que me encanta, me seduz e me hipnotiza, transforma.
Cada onda tua me envolve como um abraço único, a espuma que beija meus lábios com toda a sua paixão de sal. Mar que preenches o ser remendando a alma.
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