PAULO VIEIRA DA SILVA |
Eles ganham porque aparece sempre mais um…
Na quinta-feira regressou o terror a França, precisamente, no dia em que se assinalava a Tomada da Bastilha. Uma data central que marcou a Revolução Francesa. É com toda a certeza o dia com a maior carga simbólica do calendário francês.
Estes são sinais evidentes que a Europa está em guerra. O terrorismo está aí e está para durar. Mas o terrorismo não é obra do acaso. É o reflexo dos erros políticos acumulados ao longo de décadas.
E tudo serve para espalhar o terror junto das pessoas. Os primeiros atentados foram os mais elaborados, efectuados e pensados com mais engenho. O 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque. O 11 de Março de 2004 na Estação de Comboios de Atocha em Madrid. Depois passaram a ataques nas ruas, nas estações de metro, nos aeroportos e em salas de espectáculos.
Ontem o terror foi espalhado numa estação de luxo de veraneio francesa. E usaram o que estava mais “ à mão “ acessível a qualquer cidadão. Um simples camião que varreu ruas e pessoas durante cerca de dois quilómetros matando mais de 80 pessoas e deixando muitas outras feridas gravemente completamente inocentes. Mais uma vez de todas as raças e credos. Na quinta-feira foi um camião, amanhã poderá ser um drone ou um simples automóvel.
Está visto que o terrorismo não se ganha com a guerra, mas também não se ganha com a paz. Não se ganha com a eliminação de células terroristas, nem com a prevenção dos atentados. Também não me parece que se ganhe com a expulsão dos emigrantes da Europa, nem com o fecho das fronteiras,
Podemos fazer muito. E até conseguimos impedir alguns atentados. Mas eles acabam por ganhar sempre porque aparece sempre mais um disposto a ser mártir em nome de uma coisa qualquer.
A Europa e os EUA não vão ganhar esta guerra nas próximas décadas. Esta é infelizmente uma guerra que vai durar muitos anos. Porém não podemos fazer de conta que não existe solução. A solução existe e vai passar pela mudança de mentalidades das próximas gerações mas este é um processo moroso em que o exemplo parte da família, dos educadores, mas muita da responsabilidade é dos políticos.
Esta luta contra o terrorismo nunca será ganha enquanto as instituições europeias, por exemplo, andarem entretidas a discutir as sanções a aplicar a Portugal e a Espanha pelo défice excessivo. Isto diz muito das prioridades dos actuais líderes políticos europeus. E a mudança das mentalidades tem que ser uma prioridade. Dos políticos e das pessoas. Onde mora a Europa humanista? Um humilde conselho: parem sff para começarem a pensar seriamente como iniciar esta dura e longa batalha contra o terrorismo!
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