ANTONIETA DIAS |
As lombalgias podem surgir como
consequência de roturas, que se produzem frequentemente na junção entre o
tendão e o músculo. Todos os músculos podem ser lesados no decurso da prática
desportiva. Estas lesões podem ser devidas a um traumatismo direto exógeno ou a
um traumatismo indireto endógeno. Os traumatismos diretos resultam do choque
entre jogadores, do choque contra objetos duros ou do choque contra o solo,
dependendo o tipo de lesões da violência do traumatismo e do estado funcional
do músculo aquando do traumatismo. A prevenção é praticamente impossível. Os
traumatismos indiretos são muito específicos da atividade desportiva.
Surgem em consequência de uma
solicitação do músculo resultante das suas possibilidades de contractilidade e
de elasticidade. Têm como fatores favorecedores os erros técnicos ao nível do
treino, do material utilizado, erros de higiene e dietéticos. Apontam-se como
critérios individuais: a idade superior a 30 anos, as retrações músculos –
tendinosas, os desequilíbrios agonistas-antagonista e a fragilidade
constitucional. Segundo os autores E.G.Danowski e J.C.Chanussot (1999), as estatísticas
são elevadas para determinados desportos, nomeadamente para os remadores 85% ´,
65% para os praticantes de judo e 50% para os praticantes de golfe.
O tratamento é conservador
consistindo no repouso absoluto no leito, na administração de A.I.N.E.S, relaxantes
musculares, infiltrações e uso de cinta ortopédica. O tempo de natividade é de
1 a 4 semanas. A cirurgia reserva-se para as situações que não respondem ao
tratamento médico.
A espondilólise e
espondilolistese lombar atingem sobretudo L5, por vezes L4. Citando ainda os
autores R.G. Danowski e J,C.Chanussot (1999), a lise ístmica atinge 7% da
população, podendo evoluir em 50% dos caos para a espondilolistese. Nos
desportistas as lises ístmicas são 3 a 4 vezes mais frequentes que na população
em geral, variando conforme as estatísticas entre 15 a 25%. Surgem nos jovens
entre os 10 e 14 anos, que praticam desportos muito stressantes ao nível da
transição lombo-sagrada (futebol, judo, ginástica artística e rugby), Na
maioria dos casos é uma doença adquirida. A sintomatologia é uma lombalgia
intensa, localizada na parte lombar inferior que surge nos decursos da prática
desportiva que pode ser mais ou menos moderada. Ao exame clínico, revela-se por
uma dor eletiva ao nível da vertebra atingida.
As indicações terapêuticas são as
seguintes: paragem temporária (ou definitiva) da prática desportiva, com uso de
cinta ortopédica e nalguns casos correção cirúrgica (fixação intra pedicular
com parafusos). As situações de stress
e ansiedade muito intensas podem agravar a sintomatologia.
Radiologicamente traduz-se por
uma solução de continuidade de um ou de dois istmos vertebrais. Pode ou não
estar associada a uma doença de Scheuermann.
A espondilolistese surge habitualmente ao nível de L5/S1. A prática de
ginástica artística está contra- indicada, bem como a profissão de educação
física.”
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