sexta-feira, 21 de abril de 2017

SISTEMA DE SAÚDE PÚBLICO OU PRIVADO?

JOÃO RAMOS
Esta semana foram publicados os dados sobre a esperança média de vida e mortalidade dos países da OCDE. Na generalidade dos países ocidentais com sistema de saúde públicos e universais a taxa de mortalidade tem vindo progressivamente a baixar, continuando o seu trajecto no ano anterior. No entanto, no EUA, ocorreu precisamente o contrário, com o aumento da taxa de mortalidade e redução da esperança média de vida, entre as populações locais, incluindo os indivíduos de raça branca, que geralmente possuem melhores índices a este respeito. Os investigadores constaram que grande parte do agravamento resulta da inexistência de um sistema de saúde público universal, ficando os cidadãos reféns dos tradicionais seguros de saúde privados, que muitas das vezes são pré contratualizados pela entidade empregadora e acabam por não englobar a cobertura de exames de rotina e de vários tipos de tratamento. Além disso, com a deslocalização da produção para os países asiáticos, largos milhões de americanos ficaram irremediavelmente desempregados e sem assistência médica, contribuindo, em larga medida para os números do relatório da OCDE. Pautando pelo mesmo diapasão, o grupo de estudos concluiu que, caso existisse um sistema de saúde semelhante ao europeu, o número de doentes, em idade precoce seria reduzido em cerca de 1/3.

Estes dados apenas ilustram a dura realidade e os efeitos verdadeiramente dramáticos que a privatização do sistema de saúde podem acarretar para os cidadãos, com especial destaque para país com baixos salários e elevadas taxas de desemprego, como Portugal.

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