CATARINA PINTO |
Por estes dias têm se falado e ecoado a palavra liberdade com o maior dos orgulhos, de algo conquistado no presente, passado e futuro. Cada povo tem a sua histórica liberdade.
Liberdade palavra tão extensa e tão livre como o seu próprio significado. Cada um tem a sua própria liberdade, cada um dá um nome a essa sua liberdade. Por exemplo a minha reside essencialmente no meu pensamento, nas minhas movimentações diárias de poder ser quem sou sem máscaras. Sou e sinto me livre na minha condição de mulher, autora, sonhadora, trabalhadora… A minha liberdade é tão específica que só para mim serve e a das outras pessoas só a elas pertence e é neste reconhecimento que reside os direitos, deveres e liberdades de cada um de nós. Há quem prefira olhar o céu cinzento, há quem prefira mergulhar no mar bravo, há quem prefira caminhar sobre o sol mas também existe quem fique sentada na sombra sem sequer sentir a mais leve brisa e a vida prossegue. Essa também é liberdade.
Há quem prefira ser a palavra por escrever, há quem prefira desvendar todos os mistérios encerrados num daqueles livros antigos e carregados de pó mas também existe quem não queira ler, nem aprender cada palavra de uma poesia, cada linha de uma prosa. Essa também é liberdade. Há quem prefira criar guerras, destruir caminhos, construir pontes que de nada servem se do outro lado não souberem caminhar e no entanto existe quem queira a plena paz, a tranquilidade de sentir a verdadeira felicidade. Essa também é liberdade.
E eu no entanto prefiro viver encerrada em meus sonhos, nas utopias e construir palavras por inventar. Essa também é liberdade.
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