JOANA M. SOARES |
Cada
noite que me deito sem lhe contar uma história, é uma vida que se perde.
Personagens que morrem, enredos que desaparecem.
Hoje é o
dia internacional do livro infantil. O livro infantil que não quer dizer
pequeno, é um livro que cumprimenta todas a idades. A Menina que Chorava Mar é
o título do livro que escrevi, classificado como infanto-juvenil e dedicado aos
corações pequenos como o da minha filha Maria, de 6 anos. Todas as noites tento
passar-lhe a minha voz pelos ouvidos com histórias como A Alice no País das
Maravilhas, A Bela Adormecida, Capuchinho Vermelho, ou então, as histórias mais
contemporâneas, como os novos enredos da Frozen.
Mas. Há
sempre um mas.
Mas, em
noites em que o cansaço do dia vence, em que o desgaste se apodera do corpo e
da alma, vai a criança para a cama sem a magia e o aconchego das palavras, da
imaginação. Fica sempre a sensação de vazio, de falta de acrescento.
Diz-se
muito que os livros não vendem. Os mais novos não ligam a livros. Não podia
discordar menos. É verdade que as novas tecnologias abrandaram o ritmo das
publicações em papel. Mas o livro, o seu cheiro e a sua proximidade são
insubstituíveis. Por outro lado, os mais jovens podem não estar próximos dos
livros porque estão mais próximos dos novos gadgets. Neste novo perfil do nosso
mundo, escrevam-se muitas histórias, existam muitas plataformas online como a
BIRD para que se possa ler. Seja em papel, seja no ecrã. Hoje e sempre aproveitem
para irem ao lançamento de um livro (como fui hoje ao lançamento do livro Agridoce da nossa colega Lúcia
Lourenço Gonçalves). Encham as vossas estantes de livros. Dirijam-se a
bibliotecas, livrarias para horas do conto. Participem em cursos de escrita criativa.
Bom dia Internacional do Livro Infantil.
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