domingo, 2 de abril de 2017

CADA NOITE QUE ME DEITO SEM LHE CONTAR UMA HISTÓRIA É UMA VIDA QUE SE PERDE

JOANA M. SOARES
Cada noite que me deito sem lhe contar uma história, é uma vida que se perde. Personagens que morrem, enredos que desaparecem.
Hoje é o dia internacional do livro infantil. O livro infantil que não quer dizer pequeno, é um livro que cumprimenta todas a idades. A Menina que Chorava Mar é o título do livro que escrevi, classificado como infanto-juvenil e dedicado aos corações pequenos como o da minha filha Maria, de 6 anos. Todas as noites tento passar-lhe a minha voz pelos ouvidos com histórias como A Alice no País das Maravilhas, A Bela Adormecida, Capuchinho Vermelho, ou então, as histórias mais contemporâneas, como os novos enredos da Frozen.
Mas. Há sempre um mas.
Mas, em noites em que o cansaço do dia vence, em que o desgaste se apodera do corpo e da alma, vai a criança para a cama sem a magia e o aconchego das palavras, da imaginação. Fica sempre a sensação de vazio, de falta de acrescento.
Diz-se muito que os livros não vendem. Os mais novos não ligam a livros. Não podia discordar menos. É verdade que as novas tecnologias abrandaram o ritmo das publicações em papel. Mas o livro, o seu cheiro e a sua proximidade são insubstituíveis. Por outro lado, os mais jovens podem não estar próximos dos livros porque estão mais próximos dos novos gadgets. Neste novo perfil do nosso mundo, escrevam-se muitas histórias, existam muitas plataformas online como a BIRD para que se possa ler. Seja em papel, seja no ecrã. Hoje e sempre aproveitem para irem ao lançamento de um livro (como fui hoje ao lançamento do livro Agridoce da nossa colega Lúcia Lourenço Gonçalves). Encham as vossas estantes de livros. Dirijam-se a bibliotecas, livrarias para horas do conto. Participem em cursos de escrita criativa. Bom dia Internacional do Livro Infantil.


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