LÚCIA LOURENÇO GONÇALVES |
E bem a propósito do lançamento do meu segundo livro, resolvi falar das dificuldades sentidas pelos autores ainda desconhecidos.
Pois é, quem anda pelo meio vai-se apercebendo da luta diária que é colocar um livro no mercado. Horas e horas de trabalho, expetativas criadas…que num ápice podem ficar reduzidas a zero!
Editoras a apresentar propostas confusas, propositadamente pouco claras, logo a ser necessário serem analisadas “à lupa”, autores a serem “obrigados” a comparticipar nos custos de edição, por sua vez editoras com distribuição deficitária ou inexistente e por fim, grandes grupos a não facilitarem nem apostarem em novos autores.
Ser autor “emergente” em Portugal, é sim uma aventura! Que a mim, porque escrevo pelo enorme prazer de o fazer ainda não me demoveu a desistir, mas admito que nem sempre é fácil lidar com a falta de consideração de quem não valoriza o trabalho de escrever um livro, que bom ou não, foi escrito, houve muitas horas de trabalho, “roubadas” na sua maioria ao descanso.
Dizem que atualmente se lançam livros a mais, que há muita gente a escrever. E isso é mau? Talvez seja porque as pessoas estão mais despertas, e afinal escrita é cultura! Agora, se a proporção livro editado / leitor é desigual, porque insistem algumas editoras em publicar tudo o que lhes aparece? Talvez devessem ser mais criteriosos na seleção das obras a publicar, mas claro, se os custos de edição já estão assegurados pelo autor, que mal tem se não vender? Em compensação, se vender, perfeito, afinal quem mais lucra é a editora!
Enfim, ser autor(a) em Portugal não é fácil, mas desistir? Não! Um dia as coisas mudarão e o trabalho será recompensado… Até lá, vamos espalhando novas histórias, novos conceitos, vamos-nos reinventando em cada página, em cada texto que escrevemos… E assim crescemos enquanto autores e seres humanos!
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