LUÍSA VAZ |
Quis o calendário que esta minha crónica saísse no Dia Internacional da Mulher e dada a sua importância, considerei que deveria ser o tema escolhido.
Dado que sou mais versada em História e Política, foi nesse segmento que optei por fazer a minha abordagem sem desprimor de todas as outras em que as Mulheres se enquadram. Olhando para o panorama político, não podemos deixar de pensar em Indira Gandhi ou em Margaret Thatcher, por exemplo que no seu tempo e pela importância das lutas que travaram nas suas sociedades, mereceram sem sombra de dúvida, o seu lugar na História dando uma nova dimensão ao papel social, cultural e político da Mulher que ainda hoje servirá de inspiração a muitas.
Se olharmos para os cenários da Primeira e Segunda guerras mundiais, vemos como esses eventos mudaram a forma de as Mulheres se posicionarem, a forma como multidisciplinaram o seu tempo e as suas competências e a forma como o seu papel foi essencial para o apoio de toda a máquina de guerra. Lembremo-nos que esta assentava na indústria e uma vez que a maioria dos trabalhadores eram homens e estavam a combater, foram as Mulheres quem teve que avançar para fazer os países funcionarem e continuarem a produzir.
Também na Saúde, foi visível um aumento das Mulheres enfermeiras e mesmo médicas nos hospitais e no cuidado dos feridos.
O fim do século XIX e todo o século XX foram tempos de afirmação para a Mulher, foram tempos em que ela abraçou novos estudos, o aumento de Mulheres nas Universidades teve uma subida exponencial o que levou a que se iniciassem em novas carreiras profissionais até aí impensáveis e a Mulher deixou – pelo menos a americana e a europeia – o seu papel tradicional de esposa e mãe, de cuidadora da família passando a ser vista como alguém capaz de investir numa profissão com todos os dilemas que isso possa trazer.
Também não nos podemos esquecer dos Movimentos que nasceram pela mão de Mulheres pelo Direito ao Voto ou nas lutas fabris. No caso do que ficou internacionalmente conhecido pelo Movimento das Sufragistas, que começa em 1893 na Nova Zelândia, tem na americana, Susan B. Anthony, a sua maior expressão.
E é a partir deste momento que temos que começar a pensar. Um Movimento que se iniciou no Hemisfério Sul no fim do século XIX encontra ainda barreiras em países como a Arábia Saudita que tem ao longo do tempo, embora de forma controlada dado direitos às Mulheres ou regiões como o Iémen ou outros onde isso é só uma miragem.
No entanto, é preciso alguma cautela quando lemos sobre este assunto pois a tendência para dar corpo a Teorias como a da Igualdade de Género ou mesmo de sexo tende a encontrar eco nestas alturas em que as Mulheres são confrontadas com a História.
É por demais evidente que eu concordo com a Igualdade na Dignidade do Tratamento e das Oportunidades mas sempre tendo presente que por um lado, géneros têm a música, a arquitectura e a literatura – no que toca a sexo, há dois: o feminino e o masculino e cada um deve ser respeitado na sua identidade e singularidade - e por outro, as Mulheres não se devem sentir culpadas por defenderem a sua feminilidade ou as características que as distinguem dos homens ao invés de optarem por copiar os seus comportamentos ou os seus padrões sociais.
O Dia Internacional da Mulher deve ser celebrado em todo o seu esplendor para relembrar às que já têm Direitos que estes não são adquiridos mas foram conquistados com lutas e em tempos difíceis e muito particulares mas acima de tudo, para que se possa lutar por todas aquelas – e são muitas, infelizmente – que não têm acesso ao mais básico da Dignidade Humana sendo tratadas como objectos com o fim único de entretenimento.
Por todas estas razões e porque não me sinto ofendida com actos de cavalheirismo ou por pedir ajuda a um homem sempre que considero apropriado e por não me sentir inferiorizada por geneticamente não conseguir concluir as mesmas tarefas, defendo e defenderei sempre a Igualdade mas na Diferença porque é na conjugação do masculino e do feminino – do Ying e do Yang- que se sustenta a sociedade humana e querer alterar essa realidade transformando-a num paradigma obsoleto é querer impor uma realidade andrógena e robotizada que nos desproverá da nossa essência e da nossa beleza.
Atrevam-se por isso a ser Diferentes e Únicas sem medo de julgamentos de quem disso tem medo e insiste em que sejamos todos iguais porque não somos. Somos diferentes e devemos ter disso orgulho e não medo, devemos saber incutir no outro respeito por nós e não abrir a porta à unicidade.
Feliz Dia Internacional da Mulher.
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