domingo, 11 de março de 2018

A MULHER COMO O ELO MAIS FRACO. ATÉ QUANDO?

LÚCIA LOURENÇO GONÇALVES
E na semana em que, um pouco por todo o mundo, se celebrou mais um Dia Internacional da Mulher, o tema tornou-se de certa forma obrigatório.

E neste sentido, se falarmos de zonas do mundo onde a mulher ainda é completamente marginalizada, onde ainda não tem voz, sendo inclusivamente tratada como um ser inferior, a celebração deste dia faz todo o sentido! Aliás, tenho esperança que ajude a derrubar muros e construir pontes, ferramentas que ajudem estas mulheres oprimidas pela sociedade em que estão inseridas a tornarem-se “visíveis” e aceites como seres humanos livres e capazes, como no resto do mundo já o são.

Entretanto, e passando para a nossa realidade europeia, se é certo que esta homenagem é justa, afinal é quase incompreensível que em pleno século XXI, ainda haja tamanha discrepância no tratamento entre homens e mulheres, também o é algumas dessas situações serem provocadas por mulheres. Aliás, é do conhecimento geral que as mulheres são as piores inimigas umas das outras, sendo inclusivamente as que mais prejudicam quem as rodeias, quando acham ser uma ameaça à sua ascensão! 

Também no que respeita ao mercado de trabalho, é inadmissível que em algumas entrevistas haja questões distintas para pessoas do sexo masculino ou feminino. Mais concretamente, quando as mulheres são questionadas se têm ou pretendem vir a ter filhos. Na minha opinião, esta questão denota uma enorme falta de consideração não só pela condição de mulher, mas também pela maternidade em si.

Sim, é certo que uma gravidez por tudo o que implica em termos de cuidados médicos, traduz-se em algum absentismo ao trabalho… Mas e então? Porque não são os homens questionados da mesma forma? Claro, estes não passarão nove meses carregando um filho no ventre com tudo o que isso implica, mas numa época em que, felizmente, cada vez mais homens primam pela diferença, colaborando e envolvendo-se a 100% na educação dos seus filhos também estes, após o seu nascimento, se vêm envolvidos no absentismo ao trabalho. E tristemente, muitas das vezes, essa questão é colocada em empresas que têm na linha da frente… mulheres! Qual é o problema afinal? Claro que não é difícil perceber que a causa será a possível quebra de rendimento da empresa durante esse período. Mas será assim tão significativo? Depois, também aqui se vê o quanto a união não faz parte do universo feminino, afinal e neste caso concreto, elas próprias criam as regras e as discrepâncias de tratamento. Algo que espelha o quanto a sociedade ainda precisa evoluir de forma a equiparar os sexos!

Esta realidade faz-me ver os jantares comemorativos, a publicidade em torno de uma data, como apenas um data, afinal, na hora da verdade são as próprias mulheres que se colocam abaixo da fasquia. Não sendo anti comemorações, para mim, dia da mulher é todos os dias, tal como o é para todos os seres humanos em geral, ou pelo menos deveria ser.

E se querem igualdade na verdadeira aceção da palavra, comecem por viver unidas no dia-a-dia. Protegendo-se mutuamente de uma sociedade onde a diferença de género ainda marca o futuro!

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