sábado, 9 de dezembro de 2017

TROMBOEMBOLISMO PULMONAR (TEP)

ANTONIETA DIAS
O tromboembolismo pulmonar é um quadro clinico grave que resulta da obstrução de um vaso sanguíneo que impede a passagem normal da circulação do sangue.

A sua obstrução resulta da presença de um trombo (coágulo sanguíneo) que se aloja num vaso e provoca ou uma obstrução parcial (o vaso sanguíneo não fica obliterado completamente e permite a passagem de alguma quantidade de sangue) ou uma obstrução total do vaso e neste caso o coágulo oblitera completamente o calibre do vaso e interrompe completamente a passagem do sangue, tendo como consequência a morte irrecuperável dos tecidos que esse vaso irrigava.

Por sua vez a embolia surge quando o trombo que se encontrava aderente ao vaso sanguíneo se desprende e entra na corrente sanguínea alojando – se posteriormente num vaso de menor calibre, fazendo com que o sangue fique retido nesse local.

Se o êmbolo se aloja por exemplo no cérebro o quadro clinico designa-se como embolia cerebral, se pelo contrário obstruir um vaso do pulmão provoca uma embolia pulmonar.

Os trombos têm uma apetência maior para surgirem nos vasos sanguíneos onde já existem alguns depósitos de colesterol, sendo a sua uma evolução lenta, enquanto a embolia é caraterizada por um quadro clínico agudo que se instala subitamente.

Uma das causas mais frequentes destes quadros clínicos, são a presença de um trombo existente nas veias do membro inferior que se desprende, entra na circulação sanguínea e para quando o calibre do vaso não permite a sua passagem obstruindo-o e provocando uma isquemia (falta de irrigação do sangue), porque como o vaso está obstruído o sangue não circula no local onde o trombo se alojou.

Se esta situação clínica for diagnosticado atempadamente duma forma geral é reversível e não origina grandes danos, caso contrário irá provocar um enfarto dos tecidos que ficam privados da irrigação sanguínea e provocar a morte dos mesmos.

O enfarte tem designações diferentes conforme o local onde gera essa obstrução, se ocorrer nas artérias coronárias provoca um enfarte do miocárdio, se for no cérebro dá origem a um acidente vascular cerebral (AVC) e a um tromboembolismo pulmonar se o local do trombo se alojar nos vasos pulmonares.

O tromboembolismopulmonar pode ser periférico se obstruir os vasos periféricos do pulmão ou um tromboembolismo maciço se o trombo se alojar na tronco pulmonar, dando lugar a um enfarte pulmonar, que é tanto mais grave quanto maior for a extensão provocada pela falta de irrigação dos tecidos pulmonares.

Esta é uma causa de morte súbita (tromboembolismo maciço), frequentemente diagnosticada nos pacientes submetidos a uma autópsia (quando a causa de morte é indeterminada / desconhecida) de investigação clinica ou numa autópsia médico - legal.

A etiologia mais frequente de tromboembolismo pulmonar tem a sua origem em trombos localizados nas veias profundas dos membros inferiores (TVP), que se desprendem, entram na circulação sanguínea e provocam as embolias pulmonares.

Existem porém outras causas de tromboembolismo pulmonar não são menos importantes como por exemplo: insuficiência venosa dos membros inferiores, idade avançada, doentes com cancros, com patologia cardíaca (insuficiência cardíaca), patologia renal (síndrome nefrótico), doenças da coagulação do sangue (trombofilias/doenças de provocam formação espontânea de trombos), imobilização prolongada (doentes alectuados, pessoas que fazem viagens de avião prolongadas), doentes submetidos a cirurgias (a morte súbita em doentes pós cirúrgicos é quase muitas vezes devida a esta complicação), sendo uma suspeita clínica muito forte.

Sempre que exista uma suspeita clinica forte deve ser realizada uma angiotomografia computorizada (Angio-TAC pulmonar) para diagnóstico.

O tratamento é feito com anticoagulantes, sendo o tempo mínimo de tratamento previsível de 6 meses.

Se forem doentes com antecedentes de trombofilias (doenças da coagulação do sangue), devem fazer anticoagulantes durante toda a vida.

Quando se usa a varfarina (fármaco mais comum), é necessária a realização de um controlo sanguíneo para manter os níveis terapêuticos do fármaco para o doente estar protegido.

Em suma, o tromboembolismo pulmonar é uma causa importante de morte súbita, sendo a prevenção o melhor método para a impedir, assim deve ser prescrita a terapêutica com heparina (iniciada antes da realização da cirurgia) em baixas doses a todos os doentes submetidos a cirurgias, aos doentes internados que se encontrem acamados, sem prejuízo de os estimular a fazer um levante e andar precoce.

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