CARLA SOUSA |
Sentimento que pode ser tão desconcertante como tão bom. Este sentimento desconcerta se não conseguimos “matar” as saudades. É bom, muito bom, se o conseguimos fazer.
A saudade é a nossa memória emocional do que gostamos de viver, de sentir e de ter.
Tem a capacidade de nos organizar e de nos ajudar a definir quem somos como pessoa. A saudade do quê e e quem ajuda-nos a definir a nossa personalidade.
A saudade pode provocar um sentimento de vazio imenso que parece que nos falta uma parte do corpo ou então a dor da ausência pode ser tanta que até parece que simbolicamente estamos a ser esfaqueados.
Há quem viva agarrado à saudade, à dor da ausência e, que não consiga viver o presente.
Torna-se tudo angustiante e desprazeiroso porque parece sempre que falta algo.
Somos capazes de nos sentirmos profundamente infelizes e incompletos. Caso este estado perdure deve-se procurar acompanhamento. Viver paralisado na saudade de algo que nos foi retirado, uma perda, uma separação, pode ser verdadeiramente angustiante.
A saudade pode ser egoísta porque normalmente sentimos falta do que sentimos e do fomos com aquela pessoa e surge o medo de poder não voltar a sentir algo semelhante.
A perda dói. A separação dói.A morte dói.
Lutar permanentemente para esquecer não é a solução. O esquecimento não é possível e é necessário passarmos por estas dores para crescermos emocionalmente. Culpar-se eternamente pela perda, pela separação pela morte também não é a solução.
Somo pessoas resilientes e com capacidade de evoluir e mudar. É possivel continuar a viver com qualidade, fazendo o que se gosta, estando com com quem se gosta, mudar e cuidar de si próprio. Invista em si. Passe tempo de qualidade consigo, faça coisas apenas por si e só por si. Com o passar do tempo, o sofrimento dará lugar a uma lembrança.
Em relação às pessoas que amamos e partiram, não temos que lutar para as esquecer, paralisar ou parar de viver... Estas podem permanecer vivas dentro de nós, no baú das recordações boas.
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