quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

MESTRIA

TÂNIA AMADO
O maior repto que podemos ter bem pode ser o de encontrarmos forma de sermos quem somos sem nos contrariarmos. Somos as acções que praticamos e não o que dizemos ou prometemos.

Mas será assim tão fácil?

Imaginem-se … estar em frente a uma pessoa com um sorriso aberto, com discurso construtivo e positivo. Se este for Auto manipulativo, e contraditório, ao que a pessoa realmente sente: vocês sentem conforto ou desconforto?

Proponho que façam esse teste, em frente ao espelho da vossa casa, sozinhos.

Fazendo um paralelismo… porque é que algumas personagens ficam na história? Porque é que Hitler “vive” até aos dias de hoje? (dou este exemplo porque dar outro que a maioria de nós nos identifiquemos seria fácil aceitar)

Creio que tenha sido, além dos variadíssimos motivos, que dariam pano para mangas de conversa, por ele ter sido autêntico – entre a palavra e a acção. Deixo claro que em nada concordo com a sua forma de vida ou liderança, mas o facto é que deixou algumas referências interessantes em explorar.

Ser é Desafiar, não ao próximo mas sim desafiar a autenticidade. Pode parecer uma competição, mas só o é efectivamente quando a competição for chegar ao objectivo comum. E parece-me que o maior objectivo é sermos felizes, verdade? Todos jogamos na mesma equipa. Tudo o resto são balelas de conforto estratégico emocional.

Fazendo outro paralelismo, e admitindo desde já que nada entendo de futebol, adoro um jogo que me faz sentir que a própria equipa se desafia a ser melhor no minuto seguinte ao que é no minuto presente, e não propriamente por querer ser melhor do que a outra equipa. Mas também aceito que é confrontando a competição de ganhar à outra equipa que a faz confrontar-se com ela própria. Pode perder o jogo, mas também pode ganhar a competição, com ela própria, por ter jogado melhor do que antes. Chamo a isto um desafio intelectual interessante de assistir.

Justificarmos as nossas opções com os outros é em minha opinião contraproducente, desmotivadora, castradora e todas as palavras terminadas em balelas. Se o outro teve influência é porque nós o permitimos de alguma forma. Continuo a acreditar que é um pensamento inconsciente e uma forma de amaciar a autopunição. E porquê punirmo-nos por sermos imperfeitos quando passamos a vida a dizer que somos imperfeitos? Fará sentido?

Se pensarmos que a nossa experiencia eleva os nossos parâmetros, percebemos que a nossa exigência de ontem é menor do que é hoje. Ontem fomos o máximo que soubemos e hoje queremos mais.

Valha-nos esta capacidade.

Valha-nos essa imperfeição.

Caramba, ser perfeito realmente seria um enorme tédio.

Confesso que demorei algum tempo a aceitar isto, mas foi quando o fiz que atingi uma paz de espírito brutal e entendi porque é que gosto do auto desafio.

Será, ou não, aquilo nos desafia o que nos faz chegar onde realmente queremos estar?

Se isto fizer sentido para vocês: aceitem os vossos desafios. Abracem-nos quando eles vos ajudarem a crescer, ao vosso ritmo. Eles podem ser os melhores guias e mestres.

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