Nasci, cresci e decidi viver do rock n'roll, apenas porque ele faz-me viver
Por isso fui um dos fundadores dos Xutos&Pontapés.
Por isso fui um dos donos do Jonhnny Guitar.
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Por isso existo e estou vivo.
OBRIGADO ROCK N'ROLL.
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Obrigado nós, Zé Pedro!!!
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Não é uma crónica fácil.
PAULO SANTOS SILVA |
O Zé Pedro era um de nós. Para os da minha geração, os Xutos estão presentes em vários momentos da nossa banda sonora. A rebeldia, as tardes de domingo com os amigos a tirar os acordes das músicas deles na guitarra, os concertos, os concertos nas Queimas das Fitas em que a malta mais nova se surpreendia de sabermos as letras das canções todas de cor, os braços cruzados em forma de X que todos sabíamos fazer com orgulho.
O Rodrigo Guedes de Carvalho, ontem no Jornal da Noite, verbalizou aquilo que já me ia no pensamento ao imaginar o que iria escrever nesta crónica. O Zé Pedro não era o homem dos solos na guitarra – esse era o João Cabeleira. O Zé Pedro não era o homem que cantava bem e que dava a identidade vocal aos temas dos Xutos – esse era o Tim. O Zé Pedro não era o compositor por excelência dos temas da banda. Ainda assim, o Zé Pedro era o elemento mais importante dos Xutos&Pontapés, uma vez que era um dos responsáveis e, provavelmente, o mais fiel depositário de uma das coisas mais importantes de uma banda – o carisma.
O Zé Pedro, fazia qualquer um de nós acreditar que podia fazer parte da banda. Era genuíno, não tinha máscaras, nunca escondeu o passado de ninguém, fazendo dele um exemplo a não seguir pelas gerações mais novas. Era um lutador, porque só um lutador consegue subir ao palco do Coliseu no dia 4 de novembro, naquele que ele já sabia que seria o seu último concerto e terminá-lo aos saltos.
O Zé Pedro não se submetia, não se acomodava. Não teve uma vida fácil. Gastou as “fichas” todas. Viveu como tinha que viver. Se tivesse sido de maneira diferente, não teria sido ele.
Continuas connosco!
Até um dia, companheiro!!!
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