JOSÉ CASTRO |
Após as festas do Natal, onde apesar do materialismo, coexiste algum espírito de fraternidade e solidariedade, chegam rapidamente as festas do final do ano, segundo o calendário Gregoriano que Portugal rapidamente adotou em 1582. Estas são infelizmente caracterizadas pelos excessos da bebida, e quem sabe de outras substâncias, das velocidades e de comportamentos inadequados …! Para muitos a ilusão dos sinais exteriores de alegria, servem apenas para esquecer e esconder os sinais interiores de tristeza, desânimo, revolta…
Enquanto que os mais distraídos adicionam mais um ano às suas vidas, os mais atentos, aqueles que sabem “o que estão cá a fazer” retiram mais um ano às suas vidas! Pois na realidade (que por vezes dói, quando a vemos pelo paradigma inadequado) sabemos que nos resta menos um ano para Viver. Sabemos que a dita “morte biológica” (que para muitos ainda é tabu falar dela!) está inevitavelmente mais próxima. Alguns leitores, provavelmente já não passam da leitura desta linha, pois, para eles é de extremo mau gosto misturar estes dois assuntos! Mas quer queira ou não, eles estão intrinsecamente ligados! Será assim interessante, não mergulhar na alegria ilusória da passagem de ano, de que o resto do ano vai ser assim, nem deixar-se enganar por qualquer dúzia de passas ingeridas, nem sequer por entrar no novo ano com o pé direito! Afinal a sua Vida vai ser exatamente o que fizer dela! Aquilo que semear é Aquilo que vai colher…. Por muito que por vezes pareça o contrário!
É pois um momento interessante, o final de mais um ano civil, para fazer o balanço do mesmo, refletindo sobre o seguinte:
Que ocorreu com mais significado para si? Quem estava envolvido?
Que ocorreu de mais inesperado? Como o soube aceitar?
Qual o tipo da maioria das suas emoções? Porquê?
Que pessoas se aproximaram e/ou se afastaram de si?
Que competências novas adquiriu? O que entusiasmou?
Quanto mais pazeou?
Quanto contribuiu para minorar o sofrimento dos outros Seres?
Quanta mais “felicidade” habita em si?
Quanto mais próximo se sente da sua missão?
(…)
Estas e muitas outras questões deveriam ser feitas para que ao longo do próximo ano não se limitasse a “vegetar” neste mundo, a “fazer por fazer,” a viver apenas em piloto automático, revoltado com tudo e com todos, atribuindo culpas ao Sistema ou a um dito Deus!
Repare que não é mais um ano, mas sim menos um ano que tem para intensificar o seu bem-estar físico, mental, social, e espiritual! Não se apresse, mas não perca tempo!
Assim, enquanto alguns estarão perdidos no meio da ilusão do exterior, outros estão a investir tempo em si e para si ”conhecendo-se” e “amando-se,” identificando sonhos (dos acordados), definindo objetivos, traçando planos de ação! Enquanto uns vivem apenas para si, para alimentar o seu “ego,” outros dedicam-se a causas sociais, fazem voluntariado, (na causa humana, animal ou ambiental) promovendo a sua Consciência Social, Ética e Global. Transforme-se num agente de mudança, torne-se numa semente (provavelmente criticada, incompreendida e desprezada) na construção de um Mundo mais Pacífico e Ético para com todos os Seres.
Mais uma vez e como sempre, a decisão a que grupo vai pertencer, está nas suas mãos! Não se iluda com o caminho mais fácil…
Do teor da resposta, à questão seguinte, poderá inferir de quanto Significado e Propósito tem a sua Vida:
Se não existisse que falta fazia?
Gostei imenso do que li e sei que a idade não justifica exageros, mas agradecimentos.
ResponderEliminarDesde há mais de meia dúzia de dezenas de anos que tentei percorrer alguns dos caminhos de que fala. Gosto de olhar para o meu pobre e quase invisível passado e agradecer por ele.
Mas, nas calmas, umas duas vezes comemorei a passagem. Sem esquecer que quem me mantém cá, está habilitado a desviar a minha caminhada para onde entender. E eu disponível para o seguir. OBRIGADO e BOM ANO...